Decreto para proteger os últimos macacos-guaribas-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul) que habitam os remanescentes de mata atlântica do município de Água Preta, Zona da Mata Sul de Pernambuco, foi assinado pelo governador Paulo Câmara esta semana. O documento de nº 44.444, publicado no Diário Oficial do Estado de quarta-feira (17/05), estabelece limites administrativos provisórios para salvaguardar a área de ocorrência dos macacos-guaribas.
As ações de planejamento e reforço da fiscalização e do monitoramento da área estabelecida pelo decreto, onde vivem cerca de 14 macacos-guaribas, foram discutidas terça-feira (16/05) entre o secretário Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier; o secretário-executivo da pasta, Carlos Cavalcanti; e o atual comandante da Companhia de Policia de Meio Ambiente (Cipoma), Wolney Pereira.
Leia Também
Segundo o secretário Sérgio Xavier, “a proteção da área de ocorrência prevista na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) é de fundamental importância até que a Semas e a CPRH, com o apoio da academia, realizem os levantamentos técnicos e científicos sobre o primata e o seu habitat, que fundamentem a criação de uma unidade de conservação."
Proposta contendo metas e ações voltadas para a fiscalização, o combate ao desmatamento e à caça, além de atividades de educação ambiental, restauração florestal e pesquisas científicas, foi elaborado pelo Grupo de Trabalho Guariba, criado em novembro de 2016 pela Resolução nº 05/2016 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema-PE).
AMEAÇAS
O objetivo é proteger os últimos macacos-guaribas identificados pela pesquisadora Julianne Moura, na dissertação de mestrado realizada em 2015 no remanescente florestal do Engenho Sacramento, com orientação de Bruna Bezerra, da Universidade Federal de Pernambuco, e co-orientação de Maria Adélia Oliveira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
De acordo com o estudo de Julianne Moura, a área onde vivem os macacos-guaribas sofre com a expansão da agricultura (cana-de-açúcar e policultura), a caça e frequentes queimadas. O Aloutta belzebul está na Lista Nacional da Fauna Ameaçada (de extinção) do Ministério do Meio Ambiente.