Urbanismo

Parque Capibaribe em discussão com moradores do Derby

O projeto do Parque Capibaribe, no Recife, prevê novas ocupações nas margens do rio, da Várzea ao Centro

Da Editoria Cidades
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Publicado em 25/05/2016 às 20:20
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
O projeto do Parque Capibaribe, no Recife, prevê novas ocupações nas margens do rio, da Várzea ao Centro - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Moradores do Derby, na área central do Recife, trabalhadores e estudantes que frequentam o bairro começaram nesta quarta-feira (25/5) a colaborar com o futuro Parque Capibaribe, área de lazer prevista para ocupar as margens do rio na capital pernambucana. Além de apontar em pesquisa os aspectos positivos e negativos do lugar, eles sugerem possíveis formas de utilização da beira do Rio Capibaribe, que poderão ser encampadas pelo projeto.

O trecho em debate tem cerca de 600 metros de extensão, da Ponte da Capunga até a Ponte do Derby. “No momento, está em discussão apenas a margem localizada no Derby”, avisa o arquiteto e urbanista Alexandre Campelo, um dos integrantes do Inciti – Pesquisa e Inovação para as Cidades, grupo da Universidade Federal de Pernambuco que elabora o projeto do Parque Capibaribe.

Batizado Residência Capunga, o evento continua nesta quinta-feira (26) e termina na sexta-feira (27), com uma pequena intervenção num pedaço da margem, sintetizando as propostas e discutidas nos três dias. Nas primeiras abordagens, realizadas nesta quarta-feira (25), as pessoas entrevistadas destacaram a boa arborização do bairro e a localização estratégica do Derby, em termos de mobilidade.

A lista de problemas, bem maior, inclui calçadas quebradas, iluminação precária, falta de sinalização sonora para deficientes (o Instituto dos Cegos funciona nas Graças, bairro vizinho), alagamentos, ausência de atividades públicas e ao livre nos fins de semana, barulho e poucas opções de estacionamento para veículos.

Para o parque, eles sugeriram ciclovia e um espaço destinado a leitura, aproveitando a existência de faculdade na região. “Entrevistamos pessoas no Instituto dos Cegos e elas disseram que apesar de estarem tão próximos do Derby não costumam vir ao bairro. Citaram como obstáculos as calçadas ruins e a sinalização de trânsito”, informam a estudante de arquitetura Kelly Leopoldina Nascimento e a pesquisadora do Inciti Marta Roca.

Alexandre Campelo disse que as pesquisas serão aplicadas pela manhã, à tarde e à noite, para colher opiniões variadas e observar o comportamento do bairro nos três turnos. O Inciti também está distribuindo cartazes nas portarias dos prédios para explicar a proposta da workshop urbano Residência Capunga. O ponto de encontro do grupo é a Praça João Pereira Borges, junto do restaurante Portal do Derby, das 8h às 22h.

A metodologia deverá se repetir em outros trechos do futuro Parque Capibaribe. Arquitetos da UFPE, urbanistas e paisagistas, foram contratados pela Prefeitura do Recife para criar a área de lazer, que terá 30 quilômetros de extensão, da Várzea ao Centro. São 15 quilômetros em cada uma das margens. A proposta do grupo é transformar o Recife numa cidade-parque em 2037, quando a capital comemora o aniversário de 500 anos de fundação.

A primeira obra do Parque Capibaribe, em volta do baobá gigante do bairro das Graças, nas imediações da antiga Estação Ponte D’Uchôa, já começou a ser executada e fica pronta ainda em 2016.

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