História Natural

Museu do Ginásio Pernambucano exibe curiosidades e é aberto ao público

Criado no século 19, museu fica no primeiro andar do Ginásio Pernambucano, com visitação gratuita

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 20/07/2016 às 8:08
Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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O nome de batismo é Museu de História Natural Louis Jacques Brunet, mas chamá-lo de gabinete de curiosidades não seria nenhuma ofensa. É inevitável a comparação quando se conhece a coleção de animais empalhados, minerais e vegetais do museu instalado desde 1855 no Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, Centro do Recife.

Criado pelo naturalista francês Louis Jacques Brunet (1811-1877) como laboratório de ciências da escola, o museu conserva até hoje mais de mil aves taxidermizadas, o termo científico para o ato de empalhar bichos. Isso sem falar em animais domésticos (cães e gatos) e exemplares da fauna silvestre (raposa, jaguatirica, veado e tatu, entre outros).

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Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano, no Recife, é gratuito e aberto ao público - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Criado no século 19, Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano, no Recife, exibe 3.500 peças - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Louis Jacques Brunet, naturalista francês, criou o Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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O Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano está organizado em cinco coleções temáticas - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Museu do Ginásio Pernambucano, no Recife, expõe costela de baleia com 4,10 metros de comprimento - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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No acervo do museu do GP há um jacaré de 2,70 metros de comprimento e cerca de 20 répteis pequenos - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Peças curiosas, como bezerros de duas cabeças, compõem o acervo do museu do Ginásio Pernambucano - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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A coleção de minerais do museu do Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, tem 293 mil peças - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Louis Jacques Brunet ganhou e comprou peças para compor o museu-escola do Ginásio Pernambucano - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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O pirarucu exposto no museu do Ginásio Pernambucano, no Recife, tem 2,20 metros de comprimento - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Louis Jacques Brunet coletou peixes de água doce e salgada em suas primeiras viagens à Amazônia - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Urnas funerárias pré-históricas contam a visitantes do muesu-escola do GP rituais de sepultamento - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Urnas funerárias pré-históricas contam a visitantes do muesu-escola do GP rituais de sepultamento - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Cerâmica e faiança do período colonial brasileiro marcam a arqueologia histórica no museu do GP - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Animais empalhados são o destaque do Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano, no Recife - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Animais empalhados são o destaque do Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano, no Recife - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Parte da aves em exposição no museu do Ginásio Pernambucano foi empalhada por Louis Jacques Brunet - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Parte da aves em exposição no museu do Ginásio Pernambucano foi empalhada por Louis Jacques Brunet - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Animais empalhados são o destaque do Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano, no Recife - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Louis Jacques Brunet, naturalista francês, criou o Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Museu do GP recebeu 3.850 moedas ao longo dos anos. A mais antiga é de 1753. Todas foram doadas - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Museu do GP recebeu 3.850 moedas ao longo dos anos. A mais antiga é de 1753. Todas foram doadas - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, abre de segunda a sexta-feira - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Mamíferos, predadores e presas na coleção de bichos empalhados do museu do Ginásio Pernambucano - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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O Museu de História Natural do Ginásio Pernambucano está organizado em cinco coleções temáticas - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Coleção de aves empalhadas do museu-escola do GP, na Rua da Aurora, é formada por mais de mil peças - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Coleção de aves empalhadas do museu-escola do GP, na Rua da Aurora, é formada por mais de mil peças - Foto: Fernando da Hora/JC Imagem

 

O espaço foi inaugurado com o material coletado pelo naturalista em suas expedições. Com o tempo, ganhou novas peças, que ele produzia ou recebia de amigos. Nomeado professor de ciências naturais do colégio, em 1855, Brunet chegou ao Brasil três anos antes. “Ele mesmo empalhou parte do acervo”, diz o coordenador do museu, Severino Ribeiro.

Morando num dos sítios de Apipucos no século 19, o europeu não hesitou em capturar gatos e cachorros de vizinhos para ampliar o gabinete de ciências. “Conta-se que, no dia da abertura ao público, pessoas reconheceram seus animais de estimação entre os bichos empalhados”, comenta Edneide Ferreira da Silva, responsável pelo setor educativo.

Severino Ribeiro assumiu o museu há um ano e desde então, diz ele, trabalha para dar ao gabinete de curiosidades uma abordagem mais educativa e didática. As 3.500 peças em exposição numa sala do primeiro andar do ginásio estão organizadas em cinco temas: animais, minerais, vegetais, humanas e numismática.

Na coleção de animais há uma costela de baleia de 4,10 metros de comprimento, um jacaré de 2,70 metros e bezerros siameses que nasceram com duas cabeças. Urnas funerárias pré-históricas e ferramentas feitas de pedra usadas na época vieram de Bom Jardim, no Agreste do Estado, para compor a temática humana. A datação varia de 11 mil a dois mil anos. Há ainda, cerâmicas, cachimbos e crânios do período colonial do Brasil.

Uma das seções exibe amostras dos primeiros animais e plantas da terra, num passeio pelas eras geológicas do planeta. “É o único museu em funcionamento numa escola secundarista no Brasil, atualmente”, informa Severino Ribeiro. E acrescenta que os estudantes participam das atividades no local, citando como exemplo a exposição montada a partir da coleção numismática, com moedas que circularam no País e os principais acontecimentos da época, de 1964 a 1985.

“Temos 3.850 moedas, todas doadas, a mais antiga é de 1753”, diz Severino, que está em busca do apoio de universidades e institutos de pesquisa para fazer a identificação de parte do acervo. O Museu de História Natural Louis Jacques Brunet é aberto ao público em geral, sem cobrança de ingresso, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 16h.

Acompanhando o recesso escolar do mês de julho, o museu está fechado às visitas e será reaberto em 1º de agosto de 2016. Até lá, Edneide e Severino esperam avançar mais na identificação das peças. Por ser vinculado a uma escola de referência do Estado, é mantido pelo governo. “Também estabelecemos convênios com universidades”, diz Severino. Visitas em grupo podem ser agendadas pelo número (81) 3181-4777.

Típicos dos séculos 16 e 17, os gabinetes de curiosidades eram coleções de objetos considerados raros e estranhos. Hoje, são apontados por estudiosos do assunto como precursores dos museus modernos.

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