Centro do Recife

Em protesto, MTST cobra moradias do Governo de Pernambuco

Centenas de pessoas protestaram em frente ao Palácio do Campo das Princesas, reivindicando a melhoria dos programas de moradia popular em Pernambuco

Da editoria de Cidades
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Publicado em 10/08/2016 às 13:29
Guga Matos/JC Imagem
Centenas de pessoas protestaram em frente ao Palácio do Campo das Princesas, reivindicando a melhoria dos programas de moradia popular em Pernambuco - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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De bonés vermelhos, ao som de apitos, cantoria e palavras de ordem, centenas de pessoas participaram de uma mobilização conjunta no centro do Recife, nesta quarta-feira (10), em defesa da melhoria dos programas de moradia popular em Pernambuco. Os manifestantes, membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), saíram em passeata da Praça Oswaldo Cruz, passando pela Avenida Conde da Boa Vista e acamparam em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio.

No Palácio, uma comissão formada por dez representantes da mobilização foi recebida pelo secretário executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto. Um dos principais objetivos do ato foi entregar uma pauta de reivindicações ao Governo do Estado. No documento, constavam solicitações como a criação de um Banco de Terras, que viabilizasse terrenos ociosos à moradia popular; isenção de taxas de análise, aprovação e viabilidade de órgãos como Compesa nos projetos habitacionais; criação do Fundo Estadual de Habitação e Interesse Social e criação de um Ponto de Controle para acompanhar os projetos habitacionais.

De acordo com a Secretaria Estadual de Habitação, o déficit de moradias em Pernambuco é de 233 mil moradias, sendo 103.823 apenas no Grande Recife, pelos dados da Fundação João Pinheiro. Com as obras financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Pernambuco recebeu mais de R$ 500 milhões para a construção de 5.617 unidades habitacionais. Além disso, desde a criação do Programa Minha Casa, Minha Vida, em 2009, quase 19 mil moradias foram distribuídas de acordo com os dados do IBGE. Ainda assim, não é pouco o número de pessoas que ainda resta na lista de espera.
Ana Paula da Silva, que faz parte da Coordenação do MTST PE, explicou que a mobilização agregou pessoas de diversas partes do Estado. “Aqui tem, ao menos, 15 movimentos populares. Continuaremos fazendo barulho até que o Governo atenda nossas reivindicações, que são em favor da moradia digna para quem precisa”, explicou Ana Paula. Conrado Santos, 44 anos, está desempregado desde janeiro e mora de aluguel. Para ele, a prioridade é sair do aluguel. “Me inscrevi no Minha Casa Minha Vida federal e do Recife. Já faz muito tempo e, até agora, não recebi resposta alguma. Tenho problemas no pulmão e na coluna e fica cada vez mais difícil pagar aluguel nessa situação”, explicou Conrado.
Em nota, a Secretaria da Casa Civil divulgou que recebeu as reivindicações dos grupos pró-moradia popular e disse que “grande parte contendo solicitações que já estão em andamento por parte do Governo e órgãos vinculados, a exemplo de processos de desapropriações de terrenos e agilização de licenciamentos para a construção de conjuntos habitacionais”. A nota ainda diz que, desde 2015, o Governo de Pernambuco entregou 2.500 unidades habitacionais, além de construir outras 13.500. No próximo dia 18, haverá um novo encontro entre o Estado e representantes dos movimentos, para aprofundar os pontos apresentados na reunião de hoje.

 

TRÂNSITO


No sentido subúrbio/Cidade, o trânsito ficou lento ao longo da passeata entre a Praça Oswaldo Cruz e a Av. Cde. da Boa Vista. Os manifestantes pararam em frente ao Palácio do Campo das Princesas, mas o fluxo de veículos vindo da Ponte Santa Isabel não foi interrompido.

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