Mobilidade

Recife retoma projeto para recuperar 134 quilômetros de calçadas

Este ano, município garante iniciar requalificação de 10,9 quilômetros de passeio

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 24/08/2016 às 8:10
Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Faltando quatro meses para o fim da atual gestão, a Prefeitura do Recife retoma um projeto de requalificação de calçadas anunciado há três anos. Edital para recuperar o passeio de 12 vias da cidade, totalizando 10,9 quilômetros, foi lançado ontem, no Diário Oficial do município. O investimento é de R$ 11 milhões e a previsão é de que a obra seja iniciada, no máximo, em 90 dias. Esta é a primeira de dez etapas de um projeto maior, que prevê a requalificação de 134 quilômetros de calçadas em 114 vias e mais 56,3 mil metros quadrados de passeio em 12 largos. Uma ação de R$ 105,3 milhões, sendo a maior parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 5,5 milhões de contrapartida do Recife.

A requalificação inclui remoção de vários obstáculos, além de recuperação do piso, construção de rampas de acessibilidade, paisagismo e sinalização. Em alguns casos, como na Rua João Lira com a Rua da Aurora, em Santo Amaro, área central, o muro será recuado para ampliação da calçada quase inexistente. Bem próximo dali, a Avenida Mário Melo terá os gelos-baianos removidos para se dar continuidade ao canteiro central. Já na Rua do Riachuelo haverá remoção de alguns fiteiros, mas os indesejáveis gelos-baianos permanecem lá.

Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
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Foto: Flora Pimentel/Arquivo JC Imagem
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Foto: Michele Souza/Arquivo JC Imagem
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Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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A Avenida Oliveira Lima, na Soledade, área central, terá um tratamento mais especial. “Vamos nivelar a rua com a calçada, proibir o estacionamento dos carros nos trechos em que as árvores estiverem ocupando o espaço dos pedestres e colocar balizadores (barras de ferro) para delimitar o novo percurso”, detalha a presidente da Empresa de Urbanização do Recife (URB), Narah Neves. “Garantiremos acessibilidade para todos os passantes e a preservação de árvores antigas e calçadas históricas”. O piso do passeio será substituído por pedras mineiras nos pontos considerados históricos. Nos demais, serão usados concreto moldado e bloco intertravado.

Os secretários de Planejamento, Antonio Alexandre, e de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, explicaram que desde 2013 vinham buscando recursos para o programa, mas só em junho de 2014 assinaram contrato com o Governo Federal para sua realização. “Não se via a calçada como equipamento de mobilidade, foi preciso uma mudança de conceito, uma inversão de prioridades, pois por muito tempo vivenciamos um modelo que priorizava o transporte motorizado individual”, destacou Alexandre, acrescentando que todos os projetos básicos dos 10 lotes estão prontos, faltando concluir os executivos. 

Ainda este ano, o município pretende licitar o segundo lote, que inclui vias como as avenidas Rosa e Silva, Rui Barbosa e João de Barros. “Há três anos esperamos por este momento. O caminho é longo. Mas temos feito outros investimentos. Desde 2013 são 84,1 quilômetros de calçadas recuperadas com recursos próprios”, informou Braga, citando exemplos como a Avenida Beberibe, em Água Fria, o entorno do Mercado de Casa Amarela e o Largo do Carmo, em Santo Antônio.

Usuários reclamam das más condições dos passeios

Cadeirante, o servidor público Oberto Cleiton Pinto, 45 anos, espera que o projeto se concretize. “Não se pode andar mais nas ruas do Recife. É ambulante, árvore, buracos, barracas. A cidade não é acessível, só em bairros nobres. Na Avenida Conde da Boa Vista, às vezes tenho que ir pra rua. Falta atitude dos governantes para colocar em prática o que prometem”, desabafa.

A estudante Nathália Correia, 20, chama atenção para a necessidade de se planejar melhor as árvores a serem plantadas nas calçadas para não se ter problemas como na Rua Oliveira Lima, onde caminha diariamente. “Gosto de árvores, elas são necessárias, mas há espécies que crescem muito e danificam as calçadas. Isso não aconteceria se fossem plantadas se pensando no futuro”.

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