Integrar escola e comunidade. Essa foi a proposta que motivou a criação de uma horta comunitária e de um ponto de troca de livros na parede do Colégio Avance, situado na rua Rio Maju, bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife. Para quem estuda ou trabalha na instituição, uma oportunidade de aplicar o que se vê em sala de aula no seu próprio quintal; para quem mora ou apenas passa pelas redondezas, a chance de interagir com as ideias de sustentabilidade e economia colaborativa cada vez mais difundidas atualmente.
A iniciativa foi da própria equipe do colégio em conjunto com a Escola de Pais, um grupo de pais de alunos que se reúne mensalmente para discutir projetos que possam melhorar a aprendizagem de seus filhos. “Numa das reuniões da Escola de Pais, surgiu a ideia de romper com o conceito tradicional de muro, de divisão, de segurança. A partir daí resolvemos perguntar aos alunos e aos moradores o que eles queriam e surgiu a ideia de criar a horta e o espaço hashtag, onde todos podem deixar e pegar livros”, explica Paula Emiliana, coordenadora pedagógica do Avance.
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O muro foi inaugurado há duas semanas e contou com a participação do pessoal da escola, moradores da rua e de comércios próximos. A horta conta com várias mudas de alface, cebolinha e coentro, e está sendo bem cuidada pelos próprios alunos. “A gente combinou de cuidar da horta e plantar sempre. É muito legal porque às vezes uma pessoa que não tem condições pode vir e pegar algo para comer”, conta a aluna Letícia Almeida, de 11 anos.
A ideia é que os vegetais que estão plantados agora, sejam colhidos e outros sejam cultivados pelos próprios moradores da rua, que já estão abraçando a proposta. "Uma senhora trouxe uma muda de hortelã e já comentou que quer plantar tomates", completa Paula Emiliana.
A horta e o espaço de livros são apenas o início do muro. Segundo a administração da escola, em 2017, o Avance terá uma janela aberta para o mundo, onde as pessoas poderão ver o que acontece dentro do colégio, que hoje tem aproximadamente 500 alunos, distribuídos entre a educação infantil e o ensino médio. “Não podemos destruir o muro, mas podemos usá-lo a nosso favor para criar uma sociedade mais consciente e mais unida”, conta Diogo Queiroz, diretor administrativo da unidade.