CAUSA ANIMAL

Gatos sofrem com abandono e maus-tratos no Recife

Nesta sexta-feira (17), comemora-se em vários países o Dia Mundial do Gato

Editoria de Cidades
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Publicado em 17/02/2017 às 13:53
Foto: Ricardo Labastier/ JC Imagem
Nesta sexta-feira (17), comemora-se em vários países o Dia Mundial do Gato - FOTO: Foto: Ricardo Labastier/ JC Imagem
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Eles já foram associados a divindades e também vistos como anúncio de mau-presságio durante a História. Nesta sexta-feira (17), comemora-se o Dia Mundial do Gato, que conquistou um número enorme de adoradores em todo o mundo. Independentes, os bichanos afirmaram seu lugar como animais de companhia, mas ainda são vítimas de preconceito. E, para piorar, ele se soma ao abandono cada vez maior de felinos pelas ruas. No Recife, são vários os pontos de desova de animais. O mais emblemático é a Avenida Beira Rio, na Zona Norte, que já foi palco de matanças de felinos.

"As pessoas acham que não, mas o gato se apega mais ao dono do que o cahorro. Ele se apega à rotina da pessoa, mas tem um comportamento bem diferente dos cães. Eles dormem mais durante o dia e ficam mais ativos à noite, por exemplo", explica a veterinária Priscila Germany. As vantagens de ter um felino em casa são muitas. Eles são mais fáceis de cuidar e, em geral, os custos para manter o bichinho são menores. "Eles já nascem com o instinto de fazer as necessidades na caixa de areia, de limpar aquilo que sujou. Além disso, são independentes e caseiros, embora alguns gostem de sair à noite devido ao instinto felino de caça", diz Priscila. 

Uma gata não-castrada pode dar em torno de quatro crias no ano, já que a gestação dos felinos dura dois meses. Mesmo durante o período de amamentação, ela pode procurar parceiros. "A gata só ovula quando cruza, em uma noite ela pode cruzar com vários machos e ter a ninhada de vários deles", explica a veterinária. Cada cria tem  de quatro a seis filhotes, o que significa que a gata pode chegar a dar à luz a mais de 20 gatinhos por ano. Muitos deles, acabam nas ruas e geram uma superpopulação de animais. 

É a vontade de ajudar que tira a publicitária Eunice Pereira, 59 anos, de sua casa todas as tardes para alimentar os bichanos que vivem na Avenida Beira Rio. Ela assumiu o trabalho há cinco anos, quando se uniu à ONG Gatinhos Urbanos, que cuida dos felinos abandonados. "A gente alimenta, leva para o veterinário quando estão doentes, castra e faz campanhas de adoção", explica. Por mês, são consumidos 150 quilos de ração, que vêm de doações de seguidores da página no Facebook. 

MAUS-TRATOS

O trabalho é grande e a luta contra os maus-tratos é ainda maior. "À noite, algumas pessoas machucam os gatos. Já decapitaram, estupraram e espancaram muitos deles, além dos casos de envenenamento que já são conhecidos", conta Eunice. Para ela, falta um olhar cuidadoso do poder público. "Nós corremos atrás, procuramos o Ministério Público, colocamos o CVA na Justiça para que façam as castrações, mas é um trabalho com muito pouco apoio."

A situação é semelhante também na Zona Sul da capital. A entrada do Hiper que fica na Rua Padre Carapuceiro, em frente ao Shopping Recife, é um novo ponto de desova de felinos. Dezenas deles estão espalhados pelos canteiros. A Prefeitura do Recife, através da Secretaria- Executiva de Direitos dos Animais, oferece castração gratuita para cães e gatos, desde que tenham tutores. A assessoria do órgão informou que os gatinhos que vivem em Boa Viagem devem ser castrados e que realiza regularmente mutirões de esterilização, além de apoiar eventos de adoção animal. 

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