As investigações sobre o caso dos dez gatos mortos por envenenamento na última segunda-feira (10) no Mercado Público da Encruzilhada, localizado no bairro homônimo, na Zona Norte do Recife, começam nesta quarta-feira (13). As informações são do delegado Roberto Wanderley, da Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), responsável pelo caso.
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"Um inquérito será instaurado amanhã e vamos começar a intimar as pessoas para obter mais informações. O mercado, pelo que sabemos, não tem câmeras de segurança instaladas", afirmou Wanderley. O boletim de ocorrência foi registrado na delegacia, que fica na Madalena, Zona Oeste da capital, pela protetora Milena Saraiva. Para o delegado, existem duas frentes de investigação. "Estamos trabalhando com a possibilidade de ter sido algum ou um grupo de comerciantes que estavam se sentindo incomodados com a situação. Outra possibilidade é a de que os moradores de rua que habitam o local tenham cometido o crime".
O delegado da Depoma esteve presente em uma audiência realizada na tarde desta terça-feira (11) no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que debateu a questão do abandono e políticas públicas voltadas para os animais. Na reunião também esteve presente Luciane Nascimento, representante da Federação das Associações e ONGs de Defesa Animal de Pernambuco (Faos-PE). Para ela, o encontro foi bastante produtivo. "A audiência não foi voltada para o ocorrido com os gatinhos da Encruzilhada, mas aproveitamos para entregar um pleito sobre esse caso e o do churrasco de carne de gato que aconteceu no presídio".
Luciane afirmou que o promotor Ricardo Coelho, que atua na pasta de meio ambiente no MPPE, se mostrou solidário e sensibilizado. "Ele vai ler o nosso pleito e marcar uma nova audiência", explicou. "Muita promessa já foi feita. Esperamos que as decisões que foram tomadas sejam cumpridas".
MEDIDAS - Diversas medidas foram recomendadas por Ricardo Coelho para minimizar os problemas enfrentados na Avenida Beira Rio, na Madalena, Zona Oeste da capital. O local foi palco de chacinas e é um dos maiores pontos de abandono de animais na cidade. A Prefeitura do Recife terá um prazo de 15 dias para cumprir todas as medidas sugeridas pelo MPPE.
Entre as recomendações estão a instalação de câmeras de segurança e de um posto da Guarda Civil na avenida. Também foram recomendadas a presença de uma viatura fixa da Polícia Militar (PM), a distribuição de panfletos informativos e a colocação de placas de advertência contra o crime de abandono. Limpeza, poda de árvores e melhorias na iluminação também são algumas das cobranças, junto com a identificação dos usuários de crack que vivem nas imediações, responsáveis pelos maus-tratos.