A candidatura de 19 fortes brasileiros (três deles pernambucanos) ao título de Patrimônio Mundial da Unesco ganhou o apoio dos Ministérios da Cultura, do Turismo e da Defesa. O compromisso foi firmado em solenidade nesta sexta-feira (7), no Forte das Cinco Pontas, localizado no bairro de São José, no Centro do Recife, no encerramento de seminário internacional promovido pelo Iphan.
Durante o evento, os ministros da Cultura, Roberto Freire, e do Turismo, Marx Beltrão, assinaram a Carta do Recife, conjunto de diretrizes para gestão das fortalezas elaborada por participantes do Seminário Internacional Fortificações Brasileiras Patrimônio Mundial. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi representado pelo general José Luiz Jaborandy, comandante da 7ª Região Militar.
Na carta, o governo federal se compromete a promover o uso sustentável das edificações e estimular atividades turísticas, bem como ações de educação patrimonial. O documento prevê gestão compartilhada das fortalezas – garantindo as particularidades de cada edificação – e parcerias com a iniciativa privada.
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“Precisamos avançar na gestão para garantir usos, manutenção e conservação dos 19 fortes. Temos de mostrar nosso compromisso com as edificações. Não basta receber o título de patrimônio mundial, os fortes devem ter condições de visitação pública”, destaca a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa.
De agora em diante, diz ela, o desafio é criar esse modelo de gestão. Os 19 fortes, situados em dez Estados, faziam parte dos sistema de defesa do Brasil e foram edificados do século 16 até o início do século 19, com diferentes técnicas construtivas. Todos estão na Lista Indicativa Brasileira a Patrimônio Mundial da Humanidade.
CANDIDATURA
Hoje, cada País só pode submeter uma proposta por ano ao Comitê de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A candidatura das 19 fortificações será apresentada, possivelmente, em 2020. É a primeira sugerida pelo Brasil à Unesco como bem seriado.
“Essa é uma questão que extrapola os três ministérios, é uma causa de todos os brasileiros”, diz o ministro Marx Beltrão. O ministro Roberto Freire acrescenta que cultura não pode ser vista só pelo fortalecimento da identidade, mas também como uma atividade econômica fundamental. E os fortes teriam essa vocação.
As edificações pernambucanas candidatas ao título de Patrimônio Mundial da Unesco são os Fortes das Cinco Pontas, do Brum e Orange, todos ligados ao período holandês no Brasil (1630-1654).