O Conjunto Moderno da Pampulha, de Belo Horizonte, obra do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, foi inscrito neste domingo (17) como Patrimônio Cultural da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A entidade, que tem sede em Paris, fez a escolha durante a 40ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Istambul, na Turquia. A mesma decisão se aplica à obra moderna do arquiteto francês Le Corbusier, mentor do brasileiro.
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A decisão deveria ter acontecido no sábado, mas foi adiada em razão da tentativa de golpe de Estado na Turquia, que resultou em enfrentamentos nas ruas e crise política grave no país. O trabalho de Niemeyer faz parte de uma lista de mais de uma dezena de sítios e conjuntos de obras arquitetônicas alçadas à condição de patrimônio pela Unesco. O conjunto moderno da Pampulha inclui ainda projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx, painéis de Cândido Portinari e esculturas de José Alves Pedrosa, Augusti Zamoyski e Alfredo Ceschiatti.
A obra é formada por cinco prédios, a Igreja São Francisco de Assis; o Cassino - hoje Museu de Arte da Pampulha; a Casa do Baile - hoje Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte; e o Iate Tênis Clube. Todos foram construídos entre 1942 e 1943. A eles se somou um quinto prédio, a residência Juscelino Kubitschek, hoje Casa Kubitschek, que data de 1943. Todas as construções são articuladas pelo Lago da Pampulha, um espelho d'água artificial.
Um dos marcos da arquitetura moderna brasileira e mundial, a Pampulha tem todos os conceitos de base do estilo arquitetônico que marcou o século 20, como o uso de concreto armado, a planta livre e as janelas e fachadas em vidro.
A escolha da Pampulha foi anunciada por volta do meio dia, horário local. Via Twitter, a Unesco confirmou a decisão: "Acaba de ser inscrita como Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco o sítio do Conjunto Moderno da Pampulha", do Brasil.
Além da escolha do sítio brasileiro, o trabalho de outro arquiteto símbolo do modernismo, Le Corbusier, também foi contemplado pela Unesco. Um total de 17 obras do mestre modernista, dos quais 10 na França e sete espalhados por Alemanha, Argentina, Bélgica, Índia, Japão e Suíça, também foram integradas à lista da organização.
Um total de 29 pedidos de classificação como Patrimônio Cultural da Humanidade estavam em análise no evento. Sítios como o de Philippi, na Grécia, o de Antequera Dolmens, na Espanha, o complexo de Gorham's Cave, no Reino Unido, e o de Ani, na Turquia, já haviam sido escolhidos na sexta-feira. Até a sessão de Istambul, que ainda está em curso, a Unesco contabilizava 1 031 sítios do mundo em sua lista de patrimônio cultural, espalhados por 169 países.