Quase 500 casas destruídas e mais de 6,8 mil habitações danificadas. O balanço apresentado ontem, pelo governo do Estado, mostra que o caminho da reconstrução das cidades atingidas pelas enchentes, no fim do mês passado, será longo e caro. São 52 rodovias danificadas e 244 pontes e passagens molhadas atingidas pela inundação que levou medo e destruição à população do Agreste e da Mata Sul de Pernambuco. Ainda não há uma estimativa dos recursos necessários para financiar a recuperação dos municípios. O Executivo está fazendo o levantamento do prejuízo total para calcular o tamanho da conta.
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Ontem teve início o cadastramento das famílias que estão desabrigadas e a prioridade será para as pessoas que se encontram em abrigos. Nas contas atuais, são 3.171 moradores alojados em prédios públicos. Na etapa seguinte, serão cadastradas as famílias desalojadas que estão em casa de parentes. Este número corresponde hoje a 43.531 pessoas. O secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, explicou que ficarão de fora do cadastro as pessoas que receberam casas após a enchente que atingiu a Mata Sul em 2010, venderam sua residência e retornaram para áreas de risco.
Sobre as famílias que tiveram as casas destruídas há sete anos e ainda não receberam uma nova habitação, o governador Paulo Câmara disse que o cadastramento vai verificar todos os casos. “Vamos analisar isso com muito cuidado e responsabilidade. Mas também há muitas pessoas que receberam as casas, venderam e voltaram a morar nas áreas ribeirinhas. Não podemos mais permitir isso. Vamos ter que atuar com os prefeitos no reordenamento das cidades”, afirmou. Das 15 mil habitações previstas na Operação Reconstrução, de 2010, foram entregues cerca de 12,5 mil residências.
No levantamento feito pelo Estado, 121 escolas municipais estão sem condições de uso. Oito escolas estaduais tiveram as aulas suspensas, sendo três utilizadas como abrigo e as outras cinco apresentaram problemas de infraestrutura. Uma delas teve a estrutura física condenada. Em Rio Formoso, o hospital foi inundado e está sem funcionar. A população vem sendo assistida pelo Hospital de Campanha do Exército.
BARRAGENS
Em relação às obras das quatro barragens previstas para fechar o cinturão de contenção de enchentes na Mata Sul, o governador disse que, até esta quarta-feira (7), definirá a data que viajará a Brasília para negociar a liberação de recursos junto ao Ministério da Integração Nacional. O custo total para retomada dos projetos é de aproximadamente R$ 400 milhões.
As barragens de Gatos e Panelas, segundo Paulo Câmara, já estão em condições de serem licitadas. E, até o fim do mês, serão finalizados os projetos de Barra de Guabiraba e Igarapeba. “Vamos conversar com o governo federal e ver a forma de assegurar de recursos. Vamos também trabalhar com as bancadas federais para fazer as emendas, seja de bancada ou individuais”, explicou o governador. A única barragem concluída, após as enchentes de 2010, foi a de Serro Azul e conseguiu evitar que 50% do volume de chuvas que caíram na Mata Sul, nos dias 28 e 29 de maio, chegassem às cidades.