Cais do Sertão

Cobogós enchem de charme o segundo módulo do Cais do Sertão

As peças cobrem as fachadas do prédio de exposições do Cais do Sertão, em fase de acabamento na zona portuária do Bairro do Recife

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 20/06/2017 às 9:09
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O cobogó especialmente criado para cobrir a fachada do segundo módulo do Cais do Sertão, no Bairro do Recife, começa a dar o ar de sua graça no prédio em construção no Cais do Porto. Das 2.160 peças necessárias para resguardar as paredes, mais de 1.600 estão prontas e mais de 700 já foram instaladas. A previsão é assentar todas até o fim de julho de 2017.

Cada cobogó, criado pelo arquiteto Marcelo Ferraz, que atua em São Paulo e assina o projeto do Cais do Sertão, mede um metro quadrado e pesa 160 quilos. As peças são produzidas de modo artesanal, no canteiro de obras do prédio. Além de proteger as paredes contra as intempéries (maresia, sol, chuva, vento) e esconder as instalações do ar-condicionado, os cobogós tem função estética.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Cobogós cobrem a fachada do segundo módulo do Cais do Sertão, na zona portuária do Bairro do Recife - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Criados especialmente para o 2º módulo do Cais do Sertão, os cobogós são feitos no canteiro de obras - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Feitos de cimento branco, fibra e outros materiais, cada cobogó demora um dia para secar na forma - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O desenho dos cobogós foi criado pelo arquiteto Marcelo Ferraz, autor do projeto do Cais do Sertão - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Cada cobogó que está cobrindo a fachada do Cais do Sertão mede um metro quadrado e pesa 160 quilos - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Refletidos pelo sol, os desenhos dos cobogós reproduzem no chão o solo rachado do Sertão - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Os cobogós estão sendo instalados nas fachadas do prédio voltadas para o mar e para o rio - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O segundo módulo do Cais do Sertão terá restaurante panorâmico, salas para exposições e anfiteatro - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Serão confeccionados 2.160 cobogós para cobrir as duas fachadas do segundo módulo do Cais do Sertão - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Parte das muralhas de contenção do mar, do século 17, ficarão expostas no terreno do Cais do Sertão - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

 

Quando o sol bate na fachada, o reflexo do desenho dos cobogós reproduz no chão o solo rachado dos municípios sertanejos. “É mais um elemento do Sertão no prédio”, observa a secretária-executiva do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), Manoela Marinho, responsável pela obra. Por uma questão de engenharia, as peças são colocadas nas fachadas voltadas para o mar e para o rio, ao mesmo tempo.

Só depois de instalados são feitos o acabamento e a pintura, na cor branca. Com DNA pernambucano, o cobogó é uma alternativa para fechar paredes sem impedir a passagem da luz e do vento. As peças do segundo módulo do Cais do Sertão são confeccionadas com uma mistura de cimento branco, fibra e outros materiais que conferem a textura, a tonalidade e a resistência esperadas.

Uma única peça demora um dia para secar e ser desenformada. Mas não pode ser aplicada de imediato. É preciso esperar 15 dias. “Levamos oito meses fazendo provas, até chegar ao ponto certo”, diz a engenheira do Prodetur Cristiane Viana, que acompanha a obra do Cais do Sertão.

O edifício de 15 metros de altura e cinco pavimentos (sendo dois intermediários) distribuídos em 6,6 mil metros quadrados de área construída vai abrigar um café-bar, uma loja, área de convivência (térreo), anfiteatro para 320 lugares, salão de 430 metros quadrados para exposições (primeiro piso), três salas multiuso (segundo piso), jardim e restaurante panorâmico no terceiro pavimento.

OBRA

A obra teve início em abril de 2016, ficou dois meses suspensa no mesmo ano e está prevista para terminar em dezembro de 2017, informa Cristiane Viana. Os dois módulos do Cais do Sertão – o primeiro corresponde ao museu, inaugurado e em funcionamento – ocupam a área do antigo Armazém 10 do Porto do Recife, incluindo o pátio de estocagem.

Equipamento vinculado à Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), o Museu Cais do Sertão é administrado pela Fundação Gilberto Freyre. A entidade, possivelmente, assumirá a área de exposições. Os dois imóveis são interligados pelo térreo e pelo primeiro pavimento. Ainda não está definido quem vai explorar o restaurante, o café-bar e a loja, declara Manoela Marinho.

O prédio novo, diz ela, tem o segundo maior vão livre do Brasil, com aproximadamente 60 metros de comprimento. Só perde para o Museu de Arte de São Paulo (Masp). A obra custa quase R$ 25 milhões, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), liberados pelo Prodetur, programa ligado à Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco.

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