Parentes e amigos da fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, 28 anos, assassinada em abril no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, realizam nesta quarta-feira (21) um protesto em frente ao Fórum Thomaz de Aquino, no bairro de Santo Antônio, Centro da cidade. O ato pede justiça pela jovem e está marcado para acontecer a partir das 8h, quando tem início a primeira audiência de instrução e julgamento do caso, na 3ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.
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“Queremos pressionar as autoridades para que o caso vá a júri popular o mais rápido possível. Além disso, vamos aproveitar para falar sobre outras ocorrências relacionadas ao feminicídio”, explicou a jornalista Milena Rubens, amiga de Mirella.
Sobre a alegação do réu Edvan Luiz da Silvam preso desde o dia do assassinato, de que evidências teriam sido forjadas para provar a culpa, Milena é assertiva: “Não tem como ele ser inocente. Essa hipótese é absurda, as provas falam por si só”.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) não sabia na noite de ontem se Edvan vai depor na audiência, pois todas as testemunhas – de defesa e de acusação – devem ser ouvidas antes. Caso a primeira etapa seja concluída ainda hoje, o réu também será interrogado.
O CASO
Mirella foi assassinada no dia 5 de abril no condomínio Golden Shopping Home Service, onde morava. Por volta das 7h, vizinhos ouviram gritos vindos do apartamento no 12º andar. Em seguida, viram o corpo da fisioterapeuta nu e ensanguentado no chão.
A polícia foi acionada e encontrou, na cena do crime, um rastro de sangue que seguia até o apartamento onde moravam Edvan e a esposa. A perícia identificou sangue da vítima na porta do acusado. Ao entrar no imóvel, com o auxílio de um chaveiro, as autoridades encontraram Edvan dormindo, com arranhões pelo corpo. O homem foi detido.
Perícias confirmaram que o DNA de Edvan estava nas mãos de Mirella e que o sangue da moça também estava no apartamento dele. Ao término das investigações, a Polícia Civil indiciou o acusado por estupro e homicídio triplamente qualificado – para assegurar a ocultação de outro crime, por não dar a chance de defesa à vítima e feminicídio. Antes de encaminhar a denúncia à Justiça, o Ministério Público de Pernambuco ainda acrescentou uma qualificadora ao crime: emprego de meio cruel.