Sérgio Costa, marido da professora morta em troca de tiros no Grupo Espírita Amor ao Próximo (GEAP), afirmou que viu o exato momento em que um homem atirou em um dos suspeitos durante a tentativa de assalto que deixou quatro mortos na última quarta-feira (5). Na troca de tiros, Luisiana de Barros Correia Nunes, de 57 anos foi atingida e morreu no local.
"Não sei o nome, mas com certeza eu vi na hora que ele levantou, botou a mão atrás e puxou a arma. Atirou no bandido que passou por ele, deu vários tiros e foi atingido por um bandido que correu", comentou.
A versão contada por Sérgio, que foi feito de refém desde a entrada até o salão do centro, concorda com o relato do palestrante da noite, Liszt Rangel, mas contradiz nota da Polícia, que afirmou que outro policial, em outro ambiente, teria atirado contra os suspeitos.
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Sérgio declarou ainda que os quatro homens que o abordaram na entrada não sabiam que se tratava de um evento religioso.
"Surgiram quatro homens armados, agressivos, inquietos, que colocaram armas em nossas cabeças. Saíram nos levando 'o que é isso aí?'. Eu [disse] 'as pessoas estão rezando' [e o suspeito respondeu] 'Que nada q rezando'. Ele não sabia nem o que era", declarou. Outros relatos apontaram que dois dos suspeitos estavam infiltrados entre os frequentadores, fato desconhecido por ele.
Nota da Polícia
Em nota divulgada nesta quinta-feira (6), baseando-se ainda em informações "iniciais", a Polícia Civil de Pernambuco afirmou que o cabo Alexandro "foi executado de forma covarde quando tentou proteger sua vida e de outras pessoas que estavam no centro", mas não detalhou como o cabo teria agido para realizar essa proteção. Ainda segundo o texto divulgado mais de 20 horas após o crime, "outro policial, também estaria presente, quando teria escutado os disparos do primeiro andar do Grupo Espírita, e teria descido, entrando em confronto com os assaltantes". Com os tiros, Cleiton Fiorentino de Oliveira, de 23 anos, e Felipe Lima Ferreira da Silva, 18, tentaram fugir, mas caíram mortos na rua do centro. O terceiro suspeito baleado, Jefferson Gonçalo da Silva, 22, foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, mas foi transferido e está custodiado no Hospital Getúlio Vargas.
Questionado sobre a participação de um segundo PM no centro espírita, Sérgio afirmou não ter essa informação. Apesar do luto, ele não procurou um responsável para a morte da esposa. "Não vamos culpar ninguém. O policial não teve má intenção, só teve a intenção de ajudar. Não vou culpar Polícia, Governo, são as mazelas sociais",