Tragédia

''O local não era adequado'', diz palestrante sobre reação policial em centro espírita

''Só tínhamos uma saída para evasão das pessoas, que em estado de pavor não sabem para onde correr'', explicou Liszt Rangel

JC Online
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Publicado em 07/07/2017 às 8:51
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''Só tínhamos uma saída para evasão das pessoas, que em estado de pavor não sabem para onde correr'', explicou Liszt Rangel - FOTO: Foto: reprodução/Facebook
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Na manhã desta sexta-feira (7), o palestrante Liszt Rangel se pronunciou mais uma vez sobre a tentativa de assalto que terminou na morte de quatro pessoas no Grupo Espírita Amor ao Próximo (GEAP), em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Em entrevista ao Bom Dia Pernambuco, ele comentou sobre a troca de tiros e considerou que não era preciso reagir durante a ação criminosa.

"Violência gera violência. Por mais que tenhamos ali um policial e ele se sinta trabalhado na profissão dele para proteger a população, há de se levar em conta que o local não é adequado. Só tínhamos uma saída para evasão das pessoas, que em estado de pavor não sabem para onde correr", explica.

Liszt complementa que nos momentos de pânico as pessoas ficam desnorteadas e elas que deveriam ser amparadas. "Quando sinto que o ambiente está em total desarmonia, com as pessoas gritando, chorando e muitos, muitos tiros mesmo [...] Então era pensar nas pessoas, como elas iriam ficar, partir para cima delas para dar apoio, porque estavam se sentindo órfãos, totalmente inseguras", aconselha.

Nessa quinta (6), em entrevista ao JC, Liszt alegou que a região é perigosa e cobrou maior segurança por parte do poder público. "Deve-se questionar a segurança. Os que fazem o bem devem estar protegidos pelos órgãos públicos. Bancos, encontros culturais, sempre tem policiamento e por que as instituições religiosas não?", questionou.

Crime

Em nota divulgada nesta quinta-feira (6), baseando-se ainda em informações "iniciais", a Polícia Civil de Pernambuco afirmou que o cabo Alexandro "foi executado de forma covarde quando tentou proteger sua vida e de outras pessoas que estavam no centro", mas não detalhou como o cabo teria agido para realizar essa proteção. Ainda segundo o texto divulgado mais de 20 horas após o crime, "outro policial, também estaria presente, quando teria escutado os disparos do primeiro andar do Grupo Espírita, e teria descido, entrando em confronto com os assaltantes". Com os tiros, Cleiton Fiorentino de Oliveira, de 23 anos, e Felipe Lima Ferreira da Silva, 18, tentaram fugir, mas caíram mortos na rua do centro. O terceiro suspeito baleado, Jefferson Gonçalo da Silva, 22, foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, mas foi transferido e está custodiado no Hospital Getúlio Vargas.

PM morto

Após ser baleado, Alexandro chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada desta quinta (6) no Hospital da Restauração, na região central do Recife. O corpo do agente foi sepultado na tarde desta quinta Memorial Vale da Saudade, em Igarassu, no Grande Recife. Além de Alexandro e dos três suspeitos, Luiziana de Barros Correia Nunes, de 57 anos, também foi atingida no tiroteio. Ela morreu no local e será enterrada nesta sexta no Cemitério Parque das Flores, no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife.

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