AVENIDA ROSA E SILVA

Zona Norte: casarão abandonado será transformado em centro para idosos

A ideia é que no casarão sejam ofertados serviços sociais, arte, cultura e saúde para a terceira idade

JC Online
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Publicado em 23/08/2017 às 21:19
Foto: MPPE
A ideia é que no casarão sejam ofertados serviços sociais, arte, cultura e saúde para a terceira idade - FOTO: Foto: MPPE
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No número 720 da Avenida Rosa e Silva, no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife, está localizado um casarão com quase cem anos de existência. Erguido na década de 1920, o local encontra-se deteriorado. Mofo, cupins, infiltrações, umidade e outros danos tomam conta da construção. No entanto, os dias de prédio abandonado podem estar perto do fim. Isso porque o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), juntamente com a Prefeitura do Recife e o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP) estão em busca de transformar o prédio histórico em um centro de referência para pessoas idosas. Nesta quarta-feira (23), representantes dos órgãos estiveram no local para inspecionar as condições do imóvel.

A ideia é que no casarão sejam ofertados serviços sociais, arte, cultura e saúde. Além de se poder sediar os conselhos Municipal e Estadual do Idoso, um memorial histórico e cultural e um Centro Dia, espaço especializado em cuidar de idosos que necessitam de tratamentos de reabilitação e saúde. O local, no entanto, não vai se transformar em um abrigo para idosos. 

A promotora de Justiça Luciana Dantas, que esteve nesta quarta durante as visitas ao imóvel, sugeriu que o Centro Dia seja construído no grande quintal, atrás da casa. No térreo, ficariam os conselhos, a fim de facilitar a mobilidade dos cidadãos. Já na parte superior, estariam localizados o memorial cultural e histórico, com salas de estar e jantar, quartos e as varandas, em homenagem à antiga dona do casarão Maria da Conceição Guedes Pereira.

Antiga proprietária

Dona Maria da Conceição Guedes Pereira foi acompanhada durante dez anos pelo MPPE, até morrer no casarão, em 2013, aos 102 anos. Ela não era casada e nem tinha filhos, sendo também filha única. Seu desejo, segundo o MPPE, era que seu lar fosse preservado e servisse para fins públicos e culturais. Dessa forma, o órgão resolveu interferir e indicou a PCR como administradora para que a vontade da ex-proprietária fosse concretizada.

O Poder Judiciário ainda não decidiu pela PCR por conta da possibilidade de haver herdeiros e por questões trabalhistas de antigos empregados da casa. No entanto, de segundo o MPPE, a perspectiva é de que o casarão se torne um centro de referência para pessoas idosas, pelo valor histórico não só do prédio em si, como também dos móveis e objetos em seu interior.

Há camas, cadeiras, guarda-roupas, louças, brinquedos, santos, oratórios, livros, cartas, exames escolares, entre outros achados, datados do início do século passado e que retratam um recorte de uma classe social da sociedade pernambucana. “É uma memória que precisa ser preservada e mostrada para nós e as futuras gerações”, defendeu a promotora Luciana Dantas.

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