Saúde integral

Ambulatório LGBT é inaugurado na Policlínica Lessa de Andrade

Espaço começa a funcionar na segunda (20), das 13h às 14h, sem necessidade de marcação

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Publicado em 16/11/2017 às 20:40
Divulgação/PCR
Espaço começa a funcionar na segunda (20), das 13h às 14h, sem necessidade de marcação - FOTO: Divulgação/PCR
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A implantação de um ambulatório LGBT foi a forma encontrada pelo Recife para enfrentar o preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, na rede de saúde. Batizado com o nome da transativista Patrícia Gomes, o espaço foi inaugurado nesta quinta e começa a funcionar na próxima segunda-feira (20), na Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena, Zona Oeste.

O ambulatório tem capacidade para 20 atendimentos por semana e funcionará de segunda a quinta-feira, das 13h às 17h, inicialmente por demanda espontânea, sem a necessidade de marcação. Os pacientes passarão por uma sala de acolhimento e triagem e serão assistidos por equipe multiprofissional, formada por médico, enfermeiro, psicólogo, além de residentes do Programa Multiprofissional de Saúde da Família.

A proposta é que a população LGBT possa ter um olhar diferenciado sobre as peculiaridades que envolvem sua saúde integral, especialmente as pessoas trans. “Cerca de 90% dos trans utilizam hormônio sem prescrição médica. O ambulatório vai regular e acompanhar isso, pois pode haver complicações futuras, como cardiopatias e câncer de fígado e pâncreas”, exemplifica o coordenador da Política de Saúde LGBT do Recife, Airles Ribeiro. “Exames clínicos serão feitos aqui e o que não puder ser feito vamos encaminhar”.

A presidente da Articulação e Movimento para as Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans-PE), Chopelly Santos, diz que o ambulatório é uma luta de dez anos, que começou junto com Patrícia, morta em 2011, que deu nome ao espaço.
“Não é que seja privilégio, é que a população LGBT precisa de um cuidado específico”, declara Chopelly, salientando esperar que futuramente isso não seja mais necessário. “Hoje, não somos bem tratadas porque os médicos e funcionários não estão acostumados a cuidar ainda dessa população”. Segundo ela, Pernambuco é onde mais se mata pessoas LGBT. “No Brasil, 89 travestis e trans foram mortos este ano”.

CENTRO DE REFERÊNCIA

“A ideia não é criar um ambulatório segregado da rede de saúde, é colocar uma porta de acesso que seja mais fácil de as pessoas chegarem para terem seu primeiro atendimento, suas necessidades ouvidas”, destaca o secretário de saúde, Jailson Correia, que quer tornar o espaço um centro de referência. “Aqui vamos poder treinar os demais profissionais de saúde e com isso fazer com que o atendimento ao público LGBT possa ser realizado em toda a rede”.

Os pais da transativista Patrícia Gomes participaram da inauguração e se disseram emocionados com a homenagem. “A luta dela era conseguir o melhor para a classe. Estamos felizes”, comemorou a mãe, Maria da Conceição Correia, 59, ao lado do pai, Eunício Gomes, 70.

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