A morte de uma bebê de apenas 1 ano e 7 meses, no Cabo de de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, virou uma tragédia familiar. A menina precisou de cuidados médicos no Hospital Infantil Doutor Adailton Corte de Alencar, administrado pela Prefeitura, mas acabou morrendo durante o atendimento e os parentes da criança acusam a unidade de negligência. Após saberem da morte da filha, os pais da bebê tentaram cometer suicídio. O caso aconteceu nessa segunda-feira (20).
Segundo informações de parentes, a criança estava com muita tosse e febre na noite do domingo (19). Os pais da criança, que moram em Gaibu, levaram a filha para o posto de saúde local e de lá foram encaminhados para o Hospital Infantil. Ao ser atendida na unidade hospital, a criança foi medicada e apresentou alguma melhora. Mas de acordo com um primo da menina, Gabriel Pereira, na manhã seguinte, ao ser novamente medicada, a bebê começou a passar mal e morreu em poucos minutos.
Desesperados com a morte da filha, os pais da criança atentaram contra a própria vida. A família da criança alega que houve negligência na administração dos medicamentos e diz que a menina recebeu três doses de adrenalina durante a nebulização. Em nota, a Prefeitura do Cabo, que responde pelo hospital, lamenta o ocorrido e afirma que está abrindo inquérito administrativo para esclarecer a situação.
Enterro
O corpo da criança foi sepultado na manhã dessa terça-feira (21), no Cemitério Vila Nazaré, no Cabo de Santo Agostinho. Os pais da criança ainda se encontram em estado de choque e não falaram sobre o ocorrido. Os familiares, por sua vez, não informaram se vão tomar medidas judiciais para investigar o caso.
Nota da Prefeitura
Confira abaixo a íntegra da nota oficial enviada pela Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho:
“A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, por meio da Secretaria de Saúde, se solidariza com a família da menor MARIA FERNANDA LINS GOMES e também estamos enlutados por sua passagem.
Devido ao ocorrido, vimos a público esclarecer que o Hospital Infantil é uma unidade de média complexidade e que tem atendido, de forma exitosa, cerca de 4.000 (quatro mil) pacientes mensalmente.
Nossa taxa de mortalidade, este ano, está em menos de 0,01%, portanto, melhor do que unidades do porte do IMIP, Barão de Lucena, Hospital das Clínicas, dentre outros. No entanto, não tratamos nossos números de forma fria e cada caso merece a seriedade da investigação criteriosa e o tratamento científico necessário.
Sendo assim, não apenas neste caso, mas em qualquer caso de óbito infantil, estamos abrindo inquérito administrativo, para que todas e quaisquer eventuais dúvidas sejam esclarecidas.
Informamos que toda assistência foi prestada, inclusive por profissionais bastante experientes e bem treinados. A conduta que foi adotada também seria a mesma de qualquer outra unidade de saúde. Não aceitamos que leigos ou aproveitadores queiram explorar de forma midiática e oportunista este tipo de ocorrência, subestimando a dor dos familiares e querendo pôr em dúvida a integridade, seriedade e profissionalismo dos que fazem parte do Corpo Clínico do Hospital Infantil.
Mais uma vez, lamentamos muito o ocorrido, mas reforçamos que a família estará sendo amparada e formalmente esclarecida.”