Violência

Força-Tarefa Vidas é implantada para reduzir homicídios em Pernambuco

Paulista, no Grande Recife, foi o município escolhido para projeto-piloto

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Publicado em 27/11/2017 às 7:47
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Paulista, no Grande Recife, foi o município escolhido para projeto-piloto - FOTO: JC Imagem
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Depois de criar grupos específicos para combater assaltos a banco e a ônibus, Pernambuco está implementando a Força-Tarefa Vidas, com o objetivo de reduzir os índices de homicídios, que vêm batendo sucessivos recordes, devendo ultrapassar os cinco mil este ano – número jamais visto antes. O município de Paulista, no Grande Recife, foi escolhido para um projeto-piloto, no qual a ideia central é atacar a causa do problema, que, na maioria dos casos, é o tráfico de drogas, segundo levantamento da Secretaria de Defesa Social (SDS).

“A gente verificou que cerca de 70 a 80% das mortes violentas aqui no Estado estão diretamente relacionadas ao tráfico de drogas, então essa Força-Tarefa, além dos trabalhos de investigação dos homicídios, também é responsável por atacar a causa do problema. Por mapear, estudar e efetivamente fazer ações contra o tráfico de entorpecente para evitar que a morte aconteça”, informa o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua.

Conforme o gestor, o município foi escolhido porque teve um aumento maior nos assassinatos em relação a outros. Só de janeiro a outubro deste ano, foram registrados 197 homicídios em Paulista, número 60% acima do que foi contabilizado durante todo o ano de 2016, quando ocorreram 123 mortes na cidade. Em 2015, foram 114. “Vamos usar alguns planejamentos e ações em Paulista, para a partir daí disseminar algumas boas práticas no Estado todo”, salienta Pádua.

A FT Vidas é coordenada pelo secretário-executivo de Defesa Social, Humberto Freire, com participação das Polícias Civil, Militar e Científica. Segundo Pádua, algumas reuniões já foram realizadas e há missões em curso. “Pensamos nessa ação com base nos bons resultados que tivemos na redução de assaltos a ônibus e a bancos”, salienta Pádua.

De janeiro a outubro, a SDS registrou 4.576 homicídios – 80% a mais do que em 2013 (2.541 mortes), último ano de queda nas estatísticas desse tipo de crime desde a implantação do Pacto pela Vida, em 2007. O balanço indicou que dos 2.538 crimes ocorridos entre maio e outubro 754 tiveram como motivação o tráfico de drogas e 1.037 dos mortos tinham passagem pela polícia.

COMUNIDADES

As estatísticas também indicam que 417 homicídios ocorreram por conflitos na comunidade. Para enfrentar o problema, o Estado firmou parceria com o Japão a fim de conhecer sua experiência com policiamento comunitário. Equipes da Agência Nacional de Polícia do Japão e da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) estão em Caruaru e no Recife, esmiuçando a metodologia do sistema "Koban".

Em vigor no país asiático desde 1874, o modelo é voltado para uma polícia que garanta os direitos humanos e cidadania da população. “Vamos fazer algumas experiências para colocar a Polícia Militar mais próxima da população, para que haja um entrosamento maior”, adianta Pádua.

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