Tragédia na Tamarineira

'Ele tem que ficar preso', diz mãe da babá Roseane morta em acidente

Dona de casa está criando a neta de 3 anos, filha de Roseane, que estava grávida de três meses

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Publicado em 05/12/2017 às 20:57
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Dona de casa está criando a neta de 3 anos, filha de Roseane, que estava grávida de três meses - FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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“Ele tem que ficar preso, pagar pelo que fez. Mas é tanta coisa que a gente vê nesse País que eu não acredito que ele fique preso muito tempo. A justiça quem faz é Deus”. Foi assim que a mãe da babá Roseane Maria de Brito, 23 anos, Severina Josefa da Conceição, 44, reagiu ao saber do indiciamento de João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, 25, por triplo homicídio doloso e dupla lesão corporal grave. A filha, grávida de três meses, foi uma das três vítimas fatais do acidente provocado pelo jovem, no último dia 26, na Tamarineira, Zona Norte do Recife.

A dona de casa, que tem mais dois filhos (uma de 19 anos e um de 9), mora com a mãe no distrito de Caueiras, em Aliança, na Zona da Mata. Ambas estão responsáveis pela criação de Valentina, de 3 anos, filha do primeiro casamento de Roseane. “Ela chama muito pela mãe e quer colo o tempo todo”, diz, sentida. A família toda vive do salário mínimo da aposentadoria da mãe de Severina.

Abatida, a dona de casa diz que a “ficha ainda não caiu”. “Eu espero ela todo dia. Eu penso que está viva. Que vai ligar, que vai falar no WhatsApp”, lamenta. “Eu sempre almoçava com ela. Roseane era uma pessoa muito boa, fico triste quando me lembro dela”.

INDICIAMENTO

O advogado de João Victor, Manoel Marcos Soares de Almeida, disse que o indiciamento foi como previsto. “Mas ainda não tive acesso a ele, preciso ver os fundamentos para me pronunciar”, observou. Segundo ele, depois que tomar ciência do processo vai dar nova entrada em pedido para que o rapaz saia do presídio para tratamento em uma clínica de recuperação. Ele está preso preventivamente no Cotel desde o dia 27.

Já o advogado da família Motta Silveira, André Caúla, afirmou que o relatório “foi muito bem embasado”, para fundamentar a tipificação de triplo homicídio com dolo eventual e dupla lesão corporal grave. “A partir de agora, a família espera a denúncia do Ministério Público e o transcorrer do processo, para a efetiva aplicação de uma punição exemplar ao indiciado. Sem desejo de vingança e sim de justiça para um crime que destruiu famílias e abalou toda a sociedade”.

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