Dois inquéritos – um civil e um militar – vão investigar as circunstâncias do atropelamento de quatro policiais militares por uma composição do metrô, no Centro do Recife, na noite de anteontem. No enterro das duas vítimas fatais, ontem à tarde, o comandante da Polícia Militar, coronel Vanildo Maranhão, informou que há indícios de ter ocorrido uma fatalidade e afirmou que não houve comunicação com o metrô sobre a operação nos trilhos porque se tratava de serviço de rotina.
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“Nós vamos instaurar um inquérito policial militar, mas eu conversei com os oficiais que estiveram presentes, com o Copom (Central de Operações Policiais Militares), com o comandante do 16 º Batalhão, tenente coronel Silvestre, e as informações preliminares é de que foi uma fatalidade”, declarou o comandante.
Segundo o coronel, não houve tiroteio ou confronto. “Eram equipes experientes, policiais com 15 anos de patrulhamento, da equipe do Gati, eles já estavam acostumados a realizar esse tipo de procedimento. E vinham fazendo operações de rotina na Favela do Papelão, onde tinham apreendido armas, drogas, prendido traficantes”, informou.
Responsável pelo inquérito civil, o delegado de Delitos de Trânsito, Paulo Jean, pretende começar as ouvidas do caso, na próxima semana, pelo PM Luciano Antônio da Silva, um dos sobreviventes que está estável. “Ainda estamos reunindo o material para dar sustentação à investigação. Quero deixar o maquinista que dirigia o trem por último. Vamos começar com o sobrevivente, assim que ele tiver condições de falar. Depois ouviremos o pessoal de operação e os vigilantes da CBTU”, afirmou.
O delegado tem trinta dias para concluir o inquérito, que vai utilizar laudo pericial do local do acidente. O maquinista que dirigia a composição 171 da Linha Sul e atropelou os PMs está identificado pela CBTU, mas encontra-se muito abalado com o acidente e, por isso, teve sua identidade preservada.
GOVERNADOR
Em sua página do Facebook, o governador Paulo Câmara, que está em viagem, publicou: “Quero expressar o meu pesar e a minha tristeza pelo acidente, ocorrido na Estação Recife do Metrô, que vitimou integrantes da Polícia Militar, lotados no 16º Batalhão, que estavam no estrito cumprimento do dever de prezar pela segurança do povo. Solidarizo-me com os familiares e amigos do sargento Eneias Severino de Sena e do soldado Adeildo José Alves, e desejo a plena recuperação dos soldados Clécio Fagner Santos do Nascimento e Luciano Antônio da Silva. Faremos o possível para que sejam apontadas as causas dessa tragédia”.