Angústia

Familiares na expectativa de liberação do corpo do médico esquartejado

Os restos mortais encontrados no fundo de um poço passam por uma série de perícias

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Publicado em 14/07/2018 às 8:06
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Os restos mortais encontrados no fundo de um poço passam por uma série de perícias - FOTO: Reprodução Face
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Depois de acompanhar durante nove dias as buscas pelos restos mortais do cardiologista Denirson Paes Silva, de 54 anos (morto, esquartejado e soterrado dentro da cacimba de sua casa), familiares do médico estão na expectativa de levar seu corpo de volta a sua terra natal, a pequena cidade de Campo Alegre de Lourdes, no interior da Bahia. Nesta sexta, parentes da vítima estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML), mas foram informados de que não há previsão para liberação do corpo e resolveram retornar a Bahia e só vir ao Recife quando os exames forem concluídos.

“Estamos aqui desde o dia 4 passado, não temos como ficar esperando e não há mais nada que possa ser feito”, explicou um parente que preferiu não se identificar. Segundo ele, diante de todas as evidências, a família não tem dúvidas de que a esposa de Denirson, Jussara Rodrigues Silva Paes, 54, e o filho mais velho, Danilo Paes, 23, são os responsáveis pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. “É muito dolorido, não dá para explicar isso. Eles começaram a namorar aos 14 anos, ainda meninos. A cidade é pequena, todos se conhecem, o clima é de muita tristeza”.

PERÍCIAS

A gerente-geral da Polícia Científica, Sandra Santos, esclarece que é uma perícia muito delicada, pelo estado de decomposição em que se encontram as partes do corpo. “Nossa maior expectativa agora é determinar a causa da morte e é bem provável que a gente consiga. Pelo que vi, estamos no caminho certo”, declara. “O corpo não está completo, mas temos o suficiente. Desde o dia 4, quando começaram a chegar os primeiros fragmentos estamos montando o que a gente chama de quebra-cabeça, para saber se todas as partes são do mesmo cadáver. É um trabalho que envolve praticamente 18 profissionais, entre seis médicos legistas, seis peritos do Instituto de Criminalística e seis do Instituto de Genética Forense e não podemos ter pressa para não deixar brechas na investigação”.

Jussara e Danilo estão presos desde o dia 5 e anteontem tiveram o pedido de Habeas Corpus negado pela Justiça. Eles optaram por só falar em juízo, mas o advogado que os defende disse que pretende levá-los para depor. Denirson foi visto pela última vez no dia 31 de maio, mas a esposa só procurou a polícia para registrar seu sumiço no dia 20 de junho. A polícia acredita que o motivo do crime é a separação do casal.

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