Mobilidade urbana

Crea promove debate sobre Plano Diretor do Recife

A discussão será realizada às 19h desta terça-feira (27) e tem como tema a mobilidade urbana na revisão do Plano Diretor da cidade

Da Editoria Cidades
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Publicado em 27/11/2018 às 10:43
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A discussão será realizada às 19h desta terça-feira (27) e tem como tema a mobilidade urbana na revisão do Plano Diretor da cidade - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) promove às 19h desta terça-feira (27/11) palestra sobre a mobilidade urbana na revisão do Plano Diretor do Recife. A ideia, de acordo com o presidente da entidade, Evandro Alencar, é envolver os engenheiros no debate e apresentar o resultado da discussão como contribuição da categoria para a nova lei. “Nossos engenheiros precisam participar ativamente dessas decisões, eles podem colaborar com um olhar mais amplo sobre a cidade”, afirma Evandro Alencar.

Uma das propostas do Crea é a construção de um plano de mobilidade com gestão metropolitana. “O Grande Recife (formado por 15 municípios) tem mais de quatro milhões de habitantes, mas apenas 40% deles moram na capital, por isso é necessária uma visão metropolitana”, declara Maurício Pina, professor de engenharia da (UFPE). Ele será um dos debatedores desta noite no Crea (Avenida Agamenon Magalhães, 2978, Espinheiro, Zona Norte).

“Não adianta cada cidade ter seu plano de mobilidade urbana de forma individual e desconectado da região metropolitana. Um corredor de transporte pensado pelo Recife pode não ter continuidade se outra cidade não estiver no mesmo projeto”, exemplifica Maurício Pina. Na opinião do engenheiro Oswaldo Lima Neto, professor da UFPE que também atuará como debatedor na palestra O Novo Plano Diretor do Recife e a Mobilidade Urbana, se não forem criadas restrições para o uso do automóvel não haverá solução para o trânsito no Recife.

De acordo com Oswaldo Lima Neto, a Lei de Mobilidade Urbana (nº 12.587/2012) contém princípios inovadores e ferramentas para quem é corajoso no comando das cidades, como a cobrança do pedágio urbano. “A lei tenta inverter prioridades, tratando em primeiro lugar o pedestre, depois a bicicleta, em seguida o transporte público e por fim o automóvel. Para isso, o prefeito e sua equipe precisam ter coragem e enfrentar os carros. No Recife, pedestres não têm vez”, comenta.

A restrição ao uso do carro particular, acrescentam os dois professores, só terá efeito com um sistema de transporte público eficaz. “O sistema que temos hoje precisa melhorar muito”, diz Oswaldo Lima Neto, citando como exemplo as linhas de BRT, o transporte rápido por ônibus. “A principal característica do BRT é a faixa exclusiva, mas ele já sai de Camaragibe com tráfego misto”, observa. Com a faixa exclusiva, diz, é possível prever os horários dos veículos.

Expansão

É intenção do Crea discutir a mobilidade urbana conjugada com um plano de desenvolvimento, que aponte para onde a cidade deve e pode se expandir, com moradia, comércio e serviço, a partir dos corredores de transporte público (ônibus, BRT, metrô, trem). A proposta de revisão do Plano Diretor será apresentada pelo secretário de Planejamento Urbano do Recife, Antônio Alexandre, e pelo presidente do Instituto Pelópidas Silveira, João Domingos. O planejador e urbanista Cláudio Marinho também será debatedor.

Plano Diretor é uma lei municipal que orienta a ocupação do solo e tem validade de dez anos. A mobilidade urbana é um dos aspectos levados em consideração nesse conjunto de diretrizes. A lei, em vigor desde 2008, deve ser revisada de forma participativa com a sociedade até o fim de 2018. A conferência para a revisão do Plano Diretor do Recife será realizada nos dias 3 e 4 de dezembro. O debate de hoje (27/11), Terça no Crea, é organizado por João Recena, que coordena o Comitê Tecnológico Permanente da entidade.

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