O Museu da Cidade do Recife tem o bom hábito de produzir exposições de fotografias que compõem o acervo da instituição. São imagens da capital pernambucana, com seus costumes, tradições e paisagens que remetem a um passado não muito distante. Cerca de 100 desses quadros, estocados no encerramento de cada temporada, poderão ser adquiridos a partir deste domingo (16/12) na sede do museu, localizado no Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José.
Impressas com tamanhos variados (60x40, 50x50, 33x33) em preto e branco, as fotos estão divididas em três temas: Rio Capibaribe, Carnaval e praças do famoso paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994). Nos registros do Capibaribe, do bairro de Dois Irmãos (Zona Norte) ao Porto do Recife, há flagrantes de lavadeiras com trouxas de roupa num rio ainda sem poluição, embarcações ancoradas no cais, pescadores de pele curtida pelo sol, e casario ribeirinho que não mais existe.
As cenas do Carnaval, no Centro, congelam para a posteridade passistas de frevo anônimos, resgatam a brincadeira do corso, jogam holofotes em blocos, estandartes e na rainha de maracatu em seu reinado de três dias. Burle Marx está presente com a Praça de Casa Forte (primeiro projeto de jardim público do paisagista), a inauguração da Praça Faria Neves (Dois Irmãos) e o plantio das palmeiras na Praça do Derby. O preço varia de R$ 50 a R$ 80.
“Nossa ideia é reciclar, os recursos gerados com a venda das imagens ajudarão na montagem da nova exposição”, afirma a diretora do Museu da Cidade do Recife, Betânia Corrêa de Araújo. “As fotografias estavam estocadas e agora poderão decorar paredes de casas, é um destino muito melhor do que ficarem guardadas. Elas registram momentos importantes da história da cidade. São quadros de boa estética e preço bom para presentes de Natal”, comenta.
Produção
Algumas das fotografias estão emolduradas. É só pendurar depois de comprar. “Outras foram impressas e coladas em PVC, é um suporte rígido e a pessoa pode fazer a moldura ao seu modo”, diz Sandro Vasconcelos, gerente do Serviço de Pesquisa e Iconografia do Museu da Cidade do Recife. As peças receberam uma etiqueta de identificação do lugar, do autor e da data, de acordo com as informações disponíveis. “Temos imagens feitas por Alexandre Berzin, Mário de Carvalho e Severino Fragoso, entre outros”, diz ele.
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Quase todas as imagens são décadas de 1940 e 1950 e os fotógrafos registravam ações e obras realizadas pela prefeitura. É a primeira vez que o centro cultural coloca à venda fotos ampliadas para exposições. “Quem comprar estará colaborando com o museu, é uma alternativa que encontramos para continuar realizando nosso trabalho”, afirma Betânia Corrêa de Araújo.
O Mercado das Fotos terá início às 9h do domingo e ficará aberto até as 17h. Os quadros que não forem compradas neste domingo (16) ficarão à venda na lojinha do Museu da Cidade do Recife. Betânia Corrêa acrescenta que o evento coincide com a abertura de mais uma exposição do projeto Novo Olhar, de alunos de fotografia da Universidade Católica de Pernambuco, desta vez sobre pessoas com deficiência. A mostra será inaugurada às 16h.