Pernambuco recebeu da União R$ 77,5 milhões para investimento, liberados pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Os relatos de investimento foram dados nesta segunda-feira (17), após o evento de assinatura do contrato de doação do terceiro módulo do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga (CIR-Itaquitinga), que agora passa a ser Unidade Federal. O governador Paulo Câmara e o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, acompanharam o atual ministro durante a cerimônia, que aconteceu no Salão das Bandeiras do Palácio do Campo das Princesas, no Recife.
"São três Compaz, que têm R$ 19 milhões já empenhados", disse Jungmann. Em relação a Itaquitinga, o ministro afirmou que o valor investido é de R$ 47 milhões, podendo chegar a R$ 50 milhões para a conclusão da terceira fase do presídio. "Ainda estamos liberando R$ 11,5 milhões para um consórcio municipal de segurança que envolve dez municípios de Pernambuco", completou.
As três novas unidades do Centro Comunitário da Paz (Compaz) ficarão situadas nos bairros do Pina, Ibura e Várzea. A prefeitura poderá dar início ao processo de licitação dos equipamentos, com a expectativa de que as obras tenham início em até três meses após o recebimento dos valores. A ideia é que os novos Compaz estejam concluídos até 2020; último ano do segundo mandato de Geraldo Julio, que poderá concluir, assim, a promessa da campanha de 2012 de construir cinco equipamentos de prevenção da violência na Capital.
Leia Também
Presídio Federal
Sobre o terceiro módulo de CIR-Itaquitinga, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, Raul Jungmann destacou que a penitenciária será construída com moldes de unidades prisionais dos Estados Unidos, a "Supermax", com o apoio da OnuPS - um organismo operacional da Organização das Nações Unidas de Produtos e Serviços específicos para soluções nas áreas de assistência humanitária, desenvolvimento e segurança. A primeira prisão federal em Pernambuco terá capacidade para 300 detentos.
A previsão de conclusão da obra da unidade do Complexo é de até o segundo semestre de 2019. Jungmann contou que "a OnuPS tem capacidade de acelerar esse processo. No Brasil, infelizmente, se leva uma média de três a quatro anos para construção de unidades prisionais, mas esta organização faz isso em até seis meses. Se tudo ocorrer bem, este é o prazo que se espera, já que o dinheiro de investimento está empenhado", disse o ministro.
"Itaquitinga será um presídio de segurança máxima, podendo conter os maiores líderes de facções e gangues de Pernambuco e eventualmente do País. Não resolve o problema de superlotação que o Estado enfrenta, mas é um passo importante para a segurança local", complementou Jungmann.
Crise carcerária
O ministro da Segurança Pública ressaltou, também, a crise prisional que o País enfrenta e definiu os presídios como "home office do crime organizado". Segundo dados relatados por ele em entrevista, o Brasil tem 726 mil presos, com um déficit de 358 mil vagas nos presídios de todo o País. Além disso, ainda há 564 mil mandados de prisão em aberto, tornando a capacidade carcerária muito abaixo daquilo que se é necessário.
"É de dentro do presídio que partem as ordens das 70 facções criminosas que controlam o crime nas ruas. Eles que controlam a insegurança do lado de fora. Se não resolvermos isso, não adianta investir do lado de cá, quando o errado começa dentro", pontuou o ministro, que leva em consideração o investimento e fiscalização mais intensa nas unidades prisionais do Brasil, que, segundo ele, podem impedir ou "dificultar a comunicação com os mandantes do crime".