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Jungmann garante R$ 20 milhões para Compaz no Pina, Ibura e Várzea

Recife já tem Compaz no Alto de Santa Terezinha e no Bongi, onde o número de homicídios caiu após equipamentos

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 14/12/2018 às 7:10
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Recife já tem Compaz no Alto de Santa Terezinha e no Bongi, onde o número de homicídios caiu após equipamentos - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Nos próximos dias, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, deve repassar R$ 20 milhões para que a Prefeitura do Recife construa três novas unidades do Centro Comunitário da Paz (Compaz) que ficarão situadas nos bairros do Pina, Ibura e Várzea. Juntos com os Compaz já existentes no Bongi e no Alto de Santa Terezinha, o prefeito Geraldo Julio (PSB) poderá concluir, assim, a promessa da campanha de 2012 de construir cinco equipamentos de prevenção da violência na Capital.

“São equipamentos sociais de comprovada eficácia junto a populações jovens, em termos de autoestima, integração, sociabilidade e promoção de valores”, explicou Raul Jungmann ao JC, sobre a destinação dos recursos para os três novos Compaz do Recife. O valor repassado pela União deve servir para erguer os prédios. O dinheiro para equipá-los sairá dos cofres do município.

Como os recursos virão do Orçamento Geral da União, o ministro garante que o dinheiro chegará ainda em 2018, antes do fim do governo Michel Temer (MDB). Quando a cifra cair nas contas do município, a prefeitura poderá dar início ao processo de licitação dos três novos equipamentos. A expectativa é que as obras tenham início em até três meses após o recebimento dos valores. A ideia é que os novos Compaz estejam concluídos até 2020; último ano do segundo mandato de Geraldo Julio.

No Pina, o Compaz deve ficar em um terreno em frente ao 19º Batalhão da Polícia Militar, próximo ao início da Via Mangue. No Ibura, a unidade ficará situada na ladeira de acesso ao bairro, no terreno onde hoje está situado um parque de diversões. Na Várzea, ficará na Rua Cruz Macedo, próximo às avenidas Caxangá e Afonso Olindense. Mais de 50% dos homicídios registrados no Recife ocorrem em 15 dos 42 bairros da Capital. As unidades do Compaz buscam atender algumas dessas comunidades em todas as regiões da cidade.

Em 2017, o Recife teve um aumento de 20% no número de homicídios. Apesar disso, no mesmo ano, esse crime recuou 21% nos seis bairros que ficam no entorno do Compaz que leva o nome do ex-governador Eduardo Campos: Alto de Santa Terezinha, Água Fria, Linha do Tiro, Dois Unidos, Beberibe e Bomba do Hemetério. Já o Compaz Ariano Suassuna, no Bongi, começou a funcionar em maio de 2017. Entre janeiro e outubro, o número de assassinatos no entorno do equipamento caiu de 52 casos em 2017 para 24 em 2018.

Construção difícil

A construção dos Compaz, porém, não foi fácil. Orçados individualmente em R$ 7 milhões, os centros custaram cerca de R$ 15 milhões cada para serem construídos. Além disso, a prefeitura teve que desembolsar outros R$ 13 milhões para comprar o terreno do Bongi onde instalou o Compaz Ariano Suassuna. Inicialmente, a área seria doada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf); o que acabou não se concretizando.

As obras das duas unidades também atrasaram e a promessa inicial de construir 5 Compaz nos quatro primeiros anos de mandato acabou tendo que ser recalibrada. Na campanha de 2016, o prefeito Geraldo Julio disse que a crise econômica atrapalhou os planos de tirar do papel todas as promessas feitas quatro anos antes.

Hoje, 30 mil pessoas estão cadastradas para as atividades oferecidas pelas dois Compaz já existentes: são 16 mil no Bongi e outras 14 mil no Alto de Santa Terezinha. Lá é possível ter acesso a bibliotecas, quadras esportivas, dojô para a prática de artes marciais, salas de estudo, laboratórios de informática, aulas de natação e hidroginástica, cursos de idioma e profissionalizantes.

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