Nada mais justo que exatamente hoje, no Dia do Frevo, a abertura do Carnaval do Recife seja dedicada ao mais pernambucano dos ritmos. Ele é a grande estrela da noite. O Marco Zero ficará pequeno para acomodar tantos apaixonados desejosos de extravasar a história desse amor, contada numa linha de tempo que transcende a ordem cronológica. Envolve afetos, identidade, pertencimento. Dos primeiros dobrados das bandas marciais, passando pelas suas versões de rua, de bloco e canção, a celebração será um passeio dentro dos próprios ritmos do frevo. Passado, presente e futuro, numa homenagem que promete emocionar e, principalmente, dar as boas vindas aos quatro dias mais esperados do ano.
À frente dessa grande festa está o Quinteto Violado que preparou o espetáculo Frevo para o Mundo, com a participação de artistas que já se confundem com a própria trajetória do ritmo. Como se fosse uma trilha sonora de um filme, a apresentação começa com a música instrumental “Frevo de Dudu”, que será executada pelo Quinteto, em parceria com o Maestro Duda. Na passarela em frente ao palco, 50 capoeiristas vão lembrar como se dançavam os dobrados, lá na origem do frevo, há mais de um século.
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Enquanto o ritmo vai acelerando, para chegar ao que hoje a gente conhece como o frevo rasgado, o musical se lança também como uma experiência visual. Imagens da época serão projetadas no telão associadas às músicas de cada período.
Diretor artístico do espetáculo, o tecladista do Quinteto Violado, Dudu Alves, explica que a ideia é mostrar o quanto o frevo se reformulou, sempre se reinventando e sem nunca perder a identificação com as suas raízes. “Poder contar essa história, na abertura do Carnaval do Recife, justamente no dia dedicado ao ritmo, é mais do que uma coincidência. É um presente para todos os pernambucanos”, comemora o músico.
Na passagem do tempo, contada pelo espetáculo, o frevo de rua será apresentado pelas mãos do Maestro Forró e a Orquestra de Flauta de Cesar Michiles. Na sequência, para tocar alguns dos mais famosos frevos de bloco, sobe ao palco o Coral de Edgar Moraes, com o acompanhamento luxuoso de 40 flabelos de clubes e blocos que eternizaram esse estilo. O frevo canção será homenageado com clássicos como “Me segura senão eu caio” e “Bom demais”.
Olhando para o futuro, o frevo sanfonado da banda de pífano Zé do Estado vai provar que o ritmo pode ser tocado muito além das orquestras de metais. “Outros instrumentos como sanfona e guitarra já foram incorporados e trouxeram renovação para o frevo”, diz Dudu Alves. E por falar em inovação, o espetáculo oferecerá uma experiência tecnológica, com o grupo Pachka Duo, que utiliza sensores para interagir com celulares e a própria movimentação do público.
HOMENAGEADOS DO CARNAVAL
Após a apresentação comandada pelo Quinteto Violado, é hora dos homenageados do Carnaval do Recife apresentarem seus próprios convidados. O show de Jota Michiles trará grandes parceiros, como Alceu Valença, além de Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Fafá de Belém e Fulô de Mandacaru. “Será muita emoção. É uma expectativa muito grande, porque vai ser uma festa eletrizante”, destacou.
Nena Queiroga diz que é preciso ter muitos corações para suportar tanta felicidade. “Pela coincidência de tudo. A homenagem, a abertura, o Dia do Frevo, é muita alegria para uma noite só”. Alegria que, diga-se de passagem, está só começando.