Maio Amarelo

Uso do celular ao volante aumenta em quatro vezes os riscos de acidente no trânsito

Segundo o Detran-PE, só neste ano foram registradas 4.004 infrações pelo uso indevido do celular no trânsito

Bruno Vinicius
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Bruno Vinicius
Publicado em 19/05/2017 às 13:30
Foto: Mariana Campello/Acervo JC Trânsito
Segundo o Detran-PE, só neste ano foram registradas 4.004 infrações pelo uso indevido do celular no trânsito - FOTO: Foto: Mariana Campello/Acervo JC Trânsito
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Com a popularização do uso dos aparelhos smartphones em todo o mundo, uma coisa que está se tornando bem comum no trânsito é avistar muitos motoristas utilizando-os enquanto dirige. Apenas em 2016, o Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE) registrou 46.376 multas do tipo. Mas, além de ser uma infração, o uso pode acarretar riscos. Com o tema #MinhaEscolhaFazADiferença, o Maio Amarelo 2017 busca justamente alertar, entre outros cuidados, sobre os perigos de manusear os aparelhos ao volante.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe a utilização de celular ou fone de ouvido no trânsito. O parágrafo único do artigo 252 considera multa gravíssima para a utilização de celular no trânsito, sendo no valor de R$ 293,47. A punição é de 7 pontos na carteira. A proibição do uso de fones de ouvido está no artigo VI, que considera como média a multa para o motorista, no valor de R$ 130,16 e 4 pontos na carteira. 

A estudante Juliana Aguiar, 21 anos, sempre teve o costume de utilizar seu celular enquanto dirigia, mas de uns tempos para cá, tem tentado reduzir ao máximo. Isto porque ela percebeu que suas ações estavam ligadas a um vício de estar sempre conectada. "Acho que para além do vício, o uso está relacionado ao imediatismo que vivemos atualmente, criamos urgências falsas, muitas vezes por medo de esquecimento que fazem a gente colocar a segurança em segundo plano", afirmou a estudante. A motivação para a mudança de hábito veio a partir do momento em que Juliana começou a se estressar e a ficar insegura na direção. "Hoje tenho escutado só as musicas que baixei e pus no pendrive, isso já reduz muito o uso dos aplicativos de música".

O gerente da Escola de Trânsito do Detran-PE Ivson Correia afirma que a prática automaticamente gera uma distração no motorista. “Há três tipos de distração: a física, quando o motorista tira a mão do volante; a visual; que é desviar a atenção para o aparelho e cognitiva, porque ele vai estar desempenhando duas funções ao mesmo tempo”, declarou o instrutor. Mesmo assim, esta é a oitava maior infração registrada em Pernambuco. Ainda de acordo com Ivson, muitas pessoas acham correto utilizar o celular no modo do bluetooth, mas que mesmo usando nesse modo, o condutor acaba se distraindo.

Ele comenta que usar o celular ao volante potencializa em quatro vezes o risco de acidentes no trânsito. Engavetamento e atropelamento de pedestres são das principais consequências desse uso. "Muitos atropelamentos acontecem, porque os motoristas estão distraídos utilizando o aparelho de celular e acabam não percebendo a passagem de pedestres na via". A única situação em que o motorista pode utilizar o celular é o GPS. A correria do dia a dia e a pressa para a atender o telefone podem ser contornadas por algumas ações que, segundo Ivson, são essenciais para salvar vidas no trânsito. "Se não puder rejeitar a ligação, o motorista pode estacionar em algum lugar permitido e atender. É melhor reservar cinco minutos para isso do que arriscar a sua vida e a de outras pessoas no trânsito", afirmou.

Uma das opções para facilitar o cotidiano de motoristas é baixar aplicativos disponibilizados nas plataformas digitais. Eles têm a função de bloquear as chamadas e avisar que o motorista está dirigindo e que ele atenderá depois. Um desses exemplos é o aplicativo Mãos no Volante, desenvolvido pelo Ministério das Cidades. Nele, o motorista sinaliza em quanto tempo chegará ao seu destino e ele bloqueia as chamadas durante aquele tempo estimado.

Motocicletas

Ivson explica que os principais acidentes de trânsito envolvem motocicletas. Além disso, o uso do celular por baixo do capacete tem sido constante entre os motociclistas, gerando desatenção. Isso também dificulta a fiscalização com as motocicletas, já que muitos deles utilizam escondido.

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