FÉRIAS

Motoristas enfrentam transtornos nas estradas a caminho do litoral

Obras nas rodovias de acesso ao litoral Norte e falta de sinalização e acostamento nas vias que levam ao litoral Sul são alguns dos problemas

Cinthia Ferreira
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Cinthia Ferreira
Publicado em 02/01/2018 às 9:00
Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
Obras nas rodovias de acesso ao litoral Norte e falta de sinalização e acostamento nas vias que levam ao litoral Sul são alguns dos problemas - FOTO: Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
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Chegou o verão. Em Pernambuco, são 187 km de litoral, mas para ter acesso às belezas das praias, turistas e veranistas vão precisar de paciência e muita atenção. A BR-101, um dos principais acessos ao Litoral Norte, está em obras desde setembro. O trecho do bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, até o município de Paulista, na Região Metropolitana, está com uma das faixas interditada e os veículos trafegam em sentido duplo em apenas uma pista. No horário de pico, o trânsito para. Por causa disso, o acostamento acaba sendo usado irregularmente por muitos motoristas, que, se flagrados pela fiscalização, podem receber 7 pontos na carteira e pagar multa de R$ 2.640. O acostamento também oferece perigo. No trecho próximo à entrada do bairro de Passarinho, no Recife, parte da proteção da ponte desabou. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a obra é considerada a maior intervenção viária de Pernambuco e está orçada em R$ 192 milhões. Ela deve ser concluída até 31 de dezembro deste ano e a previsão é de que o trecho entre Guabiraba e Paulista seja concluído até o fim de janeiro.

Quem tenta driblar o trânsito da BR-101 pela PE-01 também encontra obras na Ponte do Janga, em Paulista. A duplicação do trecho, orçada em R$ 14 milhões, deveria ter sido concluída em agosto. De acordo com o secretário-executivo de Infraestrutura de Paulista, Paulo César, não há nova previsão para entrega. Em janeiro, o fluxo de carros aumenta 60%. “Infelizmente não temos como dizer prazos porque o governo do Estado não cumpriu alguns repasses de recursos. Ainda faltam R$ 5 milhões”, ressalta.

Seguindo pela BR-101, em Igarassu, Grande Recife, o trânsito também fica lento por causa do aumento do fluxo de pedestres. Mais adiante, é preciso redobrar a atenção na PE-35, que leva a Itapissuma. Não há acostamento nem iluminação e a rodovia tem curvas perigosas. Chegando a Itapissuma, os turistas encontram outro problema: a ponte Presidente Getúlio Vargas, que dá acesso à Ilha de Itamaracá, está em obras desde setembro. Uma das faixas está interditada. Os carros têm trafegado no esquema de pare e siga, o que tem provocado congestionamentos.

O professor de Biologia Jordivan Gonçalves, 49 anos, foi à ilha com a família e observou que quase todos os acessos ao local apresentam problemas de infraestrutura. “Sou de Itaquitinga (Zona da Mata), moro no distrito de Chã de Sapé, e saindo de lá pego estrada de barro, depois uma parte asfaltada, mas não tem sinalização nem acostamento. É muito ruim”, reclama.

COMÉRCIO

Problemas para chegar às praias do Litoral Norte têm preocupado principalmente os comerciantes da região, que sobrevivem do turismo. Sônia Gomes, 60 anos, vende caldeirada há quase quatro décadas em Itapissuma. Segundo ela, o movimento no quiosque caiu quase 50% depois das obras. “Os clientes levam de duas a três horas do Recife para chegar aqui. É horrível”, complementa. Maria de Souza, 57, mais conhecida como Alves, teme que o prejuízo continue por muito tempo. “Estou com medo do movimento de janeiro, que é Carnaval, verão, mas com esse trânsito todo… Teve gente que encomendou caldeirada, não conseguiu chegar aqui e cancelou o pedido”, lamenta.

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