NATAL

Queima da Lapinha reúne pastoris em Recife e Olinda

O ritual foi trazido pelos jesuítas ao Brasil, no século 19, aliado ao processo de catequese e faz parte da tradição.

Amanda Duarte
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Amanda Duarte
Publicado em 06/01/2016 às 10:06
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O ritual foi trazido pelos jesuítas ao Brasil, no século 19, aliado ao processo de catequese e faz parte da tradição. - FOTO: Foto: Arquivo/JC Imagem
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A tradicional queima da Lapinha encerra o ciclo natalino nesta quarta-feira (6), dia de reis. O ritual foi trazido pelos jesuítas ao Brasil, no século 19, aliado ao processo de catequese e faz parte da tradição. Quem conduz a celebração gratuita são os pastoris, que também abrem caminho para o ínicio do ciclo carnavalesco. No Recife, a queima acontece no Pátio do Carmo e em Olinda, na frente da Igreja do Carmo. Também tem festa em Carpina, na Zona da Mata Norte.

Em Olinda, a concentração para a procissão será a partir das 16h, na casa da mestra Ana Lúcia, na rua Alto Serapião, 195, Amaro Branco. O pastoril Estrela de Belém comanda o cortejo este ano, que será acompanhado também por grupos de passistas, bonecos gigantes e seresteiros. A procissão sai às 18h, em direção a Praça do Carmo, onde acontece a queima da Lapinha.

A concentração do Recife, às 18h, vai reunir os pastoris da cidade no Pátio do Carmo, região central. Os 12 grupos sairão do local cantando as jornadas enquanto conduzem a Lapinha. A expectativa é que eles entrem no Pátio de São Pedro, onde vai acontecer a queima, por volta das 19h. 

Representando a manjedoura onde nasceu o menino Jesus, a Lapinha é feita de folhas secas e incenso. Na procissão, leva-se também o menino Jesus, sozinho ou com os pais, São José e a Virgem Maria. Antes da Lapinha ser queimada, tira-se o menino, José e Maria, que são entregues a alguma pessoa homenageada. O público, então, joga no fogo pedaços de papel com pedidos para que o novo ano seja próspero. Ao final, os pastoris cantam e dançam anunciando os primeiros acordes do Carnaval.

A historiadora Carmen Lélis explica que queimar é um rito de purificação que significa a passagem de um ciclo para outro e a presença do pastoril é importante porque ele representam o auto natalino. “No grupo, há quem representa o anjo, os pastores, é uma alusão teatral à vida de Jesus”, afirma. Outra curiosidade do ritual é que as folhagens da Lapinha são escolhidas para perfumarem o ambiente. “São folhas de sândalo, alecrim e manjericão, por exemplo”, conta a historiadora.

Em Carpina, Zona da Mata, as celebrações do dia de Reis começaram nessa terça-feira (5) e seguem até hoje a noite. A 104ª edição da Festa de Reis do município reúne apresentações de Caboclinhos, Mamulengos, Ciranda e Coco de Roda. O palco principal, montado na Rua Manoel Borba, no centro da cidade, próximo a praça Mestre Sólon, também conta com atrações musicais, como o Forró do Chefe, a partir das 19h.

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