A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco discutiu nesta quarta-feira (22), em audiência pública, a violência sofrida pelo jovem Edvaldo Alves dos Santos, 22 anos, gravemente baleado por um policial militar durante protesto por mais segurança, na cidade de Itambé, Zona da Mata do Estado. Muito emocionada, a mãe da vítima, Maria Sebastiana, passou todo o encontro chorando e foi amparada pelo filho, José Roberto da Silva Santos, que já denunciou estar recebendo ameaças. Edvaldo está internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Miguel Arraes, em coma induzido e respirando por ajuda de aparelhos. Um novo boletim médico sobre o estado de saúde do jovem vai ser divulgado hoje.
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Na audiência, o advogado da família da vítima, Ronaldo Jordão, denunciou que as testemunhas do caso vem sofrendo ameaças por parte da polícia. “Testemunhas estão recebendo mensagens intimidadoras e se recusando a falar. É necessário garantir a proteção dessas pessoas e dessa família”, explicou. Uma foto de Edvaldo internado tem circulado nas redes sociais, o que causou a revolta dos parentes. Os familiares do jovem solicitaram à Comissão de Direitos Humanos a troca dos atuais PMs que atuam na cidade e o aumento do número de policiais trabalhando na região.
PROTESTO
Na manhã desta quarta-feira (22), estudantes de Itambé realizaram um novo protesto pedindo mais segurança na cidade. Essa foi a terceira manifestação em menos de uma semana na cidade, que tem 36 mil habitantes e conta com apenas três policiais. Os moradores tem enfrentado assaltos frequentes no trecho que liga o município a Goiana, que está em obras, obrigando o condutor a diminuir a velocidade e facilitando a investida dos bandidos.
A promotora Fabiana Lima, que acompanha o caso da agressão policial, encaminhou um relatório mostrando os índices de criminalidade em alta na cidade e solicitando, entre outros pontos, a designação de um delegado titular para Itambé, a permanência da delegacia aberta 24 horas e a presença de mais um promotor para reforçar o trabalho na região. O documento foi encaminhado às chefias do Ministério Público Estadual e do Tribunal de Justiça e ao comando da Polícia Militar.