Em depoimento prestado, nesta terça-feira (21), na Delegacia de Itambé, um parente do jovem Edvaldo Alves dos Santos, 22 anos, atingido por um bala disparada por um policial militar, e uma testemunha da agressão, ocorrida durante protesto realizado na cidade, afirmaram estar se sentindo ameaçados. José Roberto da Silva Santos, irmão da vítima, disse ter sido abordado no Hemope do Recife por duas pessoas que se apresentaram como servidores da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social. Ele achou a abordagem estranha por não ter recebido nenhum tipo de intimação oficial. Já a comerciante Fabiana Barbosa, que presenciou o momento do disparo, informou ter recebido, via WhatsApp, uma mensagem ameaçadora de um policial militar que atua em Itambé.
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Diante das informações prestadas em depoimento, o delegado Flaubert Queiroz, responsável pelas investigações, vai solicitar ao Ministério Público Estadual que José Roberto seja incluído no Programa de Proteção às Vitimas e Testemunhas Ameaçadas, ligado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos. “A solicitação será feita, mas é necessário que ele concorde em aderir às condições do programa”, explicou o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle do Amaral, referindo-se ao irmão do rapaz baleado. O delegado acrescentou que a inclusão da comerciante no programa de proteção também poderá ser avaliada.
Nesta quarta-feira (22), à tarde, os dois depoentes vão ser novamente ouvidos em Itambé, dessa vez pela promotora Fabiana Lima. O depoimento dos dois já foi encaminhado à representante do Ministério Público Estadual pelo delegado Flaubert Queiroz. “Após as ouvidas tomaremos as providências necessárias. Tudo será apurado com muito rigor e seriedade”, afirmou a promotora.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Às 9h30, desta quarta-feira (22), a família de Edvaldo Alves participa de uma audiência na Assembleia Legislativa, promovida pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos. O jovem está internado na UTI do Hospital Miguel Arraes, em coma induzido e respirando com a ajuda de aparelhos. Ele foi atingido, na última sexta-feira (17), por um tiro de borracha disparado por um PM, quando protestava contra a falta de segurança na cidade de Itambé.
