POLÍCIA FEDERAL

Advogado condenado por tráfico de pessoas é preso no Recife

Luciano José Ribeiro de Vasconcelos é condenado a 14 anos por promover ou auxiliar a efetivação de envio de criança ou adolescente para o exterior com o propósito de obter lucro e por uso de documento falso

JC Online
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Publicado em 10/09/2016 às 10:56
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Um advogado condenado por tráfico de pessoas foi preso pela Polícia Federal em um hospital do Recife, na quarta-feira (7), após quatro meses de investigação. Luciano José Ribeiro de Vasconcelos, 63 anos é condenado a 14 anos de reclusão em regime fechado por uso de documento falso e por promover ou auxiliar a efetivação de envio de criança ou adolescente para o exterior com o objetivo de obter lucro.

Um levantamento da PF apontou mais 15 endereços onde o homem poderia estar. Posteriormento, foi descoberto que ele havia realizado uma  cirurgia de transplante de rins em São Paulo e precisaria fazer exames médicos periódicos no Recife.  A polícia conseguiu localizá-lo no Hospital Português, na área central do Recife, na quarta-feira (7), após várias tentativas. Luciano José foi preso quando se preparava para fazer uma bateria de exames. Ele foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), onde está à disposição da Justiça Federal. 

ENTENDA O CASO

Luciano e um tio dele haviam sido presos em flagrante, em julho de 1993, após a polícia descobrir três crianças aparentando um ano de idade em péssimas condições de higiene e saúde, em Jaboatãos dos Guararapes, no Grande Recife. Em depoimento, um empregado de Luciano afirmou que foi contratado para cuidar das crianças, que chegavam a passar fome, mas não sabia seus nomes os quem eram os pais. Ele também disse que presenciou quando uma criança de 8 anos foi levada do local por um italiano.

Em 1999, Luciano e um homem identificado como Oscar Melo,que trabalhava na Vara de Família da comarca de Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte, aliciaram, com o intuito de obter lucro, uma mulher que estava no sexto mês de gestação, para que ela vendesse o filho por R$ 800. 

A gestante, por se encontrar em dificuldades financeiras, concordou com o negócio, estabelecendo-se no Recife, na residência de outra envolvida, já falecida, e ficando sob sua vigilância. Após o nascimento,  a mulher arrependeu-se do acordo, deixando transparecer sua angústia ao administrador da maternidade onde o bebê nasceu, que denunciou o caso. A criança seria doada a um casal de italianos aliciado pelo advogado.

Luciano se aproveitava da sua profissão para mascarar a prática criminosa, ele já havia sido condenado por crime semelhante praticado em 1993 e suspenso preventivamente pela OAB do exercício da advocacia desde 1997. Oscar de Medeiros fazia a captação de potenciais mães doadoras de crianças. 

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