Resgate

''Não vejo a hora de ver meu filho'', diz mãe do menino Carlinhos

O pai de Carlinhos foi preso na noite dessa quarta-feira, em Buenos Aires, na Argentina

Da editoria de Cidades
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Publicado em 15/09/2016 às 12:34
Pedro Alves/JC
O pai de Carlinhos foi preso na noite dessa quarta-feira, em Buenos Aires, na Argentina - FOTO: Pedro Alves/JC
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Após sete meses de buscas, durante a noite da quarta-feira (14), o empresário Carlos Attias foi preso em Buenos Aires, na Argentina, acusado de sequestro internacional. Pai do menino Carlinhos, ele levou a criança no natal de 2015, havia tirado o menino do convívio da família e estava sendo procurado pela Polícia Internacional (Interpol), desde agosto deste ano. Em coletiva de imprensa realizada pela Polícia Federal, a fisioterapeuta Cláudia Boudoux, mãe de Carlinhos, não segurou a emoção ao falar do filho.

Confira abaixo a entrevista com a mãe de Carlinhos:

JC - Como você soube que Carlinhos foi localizado?

Cláudia Boudoux - Eu estava dormindo, era por volta das 1h. O telefone tocava incessantemente e eu e meu esposo pensávamos que era um alarme. Finalmente, ele atendeu o telefone e era o agente da Interpol. Eu só fazia chorar de alegria e nem acreditava que meu filho havia sido encontrado. A emoção, realmente, é muito grande, tanto que eu nem consegui dormir.

JC - A família de Carlos Attias mora na Argentina, onde Carlinhos foi encontrado. Vocês mantinham uma relação amigável?

CB- Convivi muitos anos com os outros filhos de Carlos e sempre tive um bom relacionamento com eles. Quando fui em Buenos Aires, há poucos dias, me reuni com os outros filhos dele e a forma como eles agiram me levou a crer que ele estava lá, em Buenos Aires. Mandei mensagem para a Polícia dizendo que tinha certeza de que meu filho estava na Argentina.

JC - A sua ida recente à Argentina teve algo a ver com a investigação?

CB - Fui convidada a apresentar um artigo em um congresso em Córdova. A princípo, rejeitei, porque achei que não teria forças, mas, de última hora, resolvi ir. Eu sabia que, antes de ir ao evento, tinha que passar em Buenos Aires tentar contato com os familiares de Carlos. Fui entrevistada pelo jornal La Nacion e a jornalista me perguntou se eu queria apelar à polícia local sobre o caso de Carlinhos e, obviamente, o fiz. Acho que isso ajudou com que as investigações, por parte da polícia de lá, fossem mais minuciosas.

JC - Qual a sensação de saber que você esteve tão perto de Carlinhos, na Argentina?

CB - É uma sensação diferente. Não chega a ser frustração, porque não é como se eu pudesse trazer meu filho de volta. Mais que isso, é um sentimento de que o trabalho conjunto das autoridades tanto no Brasil quanto no exterior culminaram na localização de meu filho.

JC - Como será o processo para trazer Carlinhos de volta?

CB - Ainda vou conversar com A PF, porque tenho que ir a Buenos Aires para trazê-lo. Quero ir o mais rápido possível. Não vejo a hora de vê-lo novamente.

JC - Por ser pai de Carlinhos, como você acredita que será o relacionamento com Carlos Attias?

CB - Ele está entregue à Justiça brasileira e à justiça divina. Não quero falar nada contra ele, porque para mim, o mais importante é ter meu filho de volta e, sobretudo, a saúde mental de meu filho. Para mim não existem rancores, porque o que existe é a volta de Carlinhos.

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