Os pais da menina Beatriz, assassinada há exatamente um ano durante uma festa de formatura de ensino médio no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, participaram de uma coletiva de imprensa, onde puderam dar um depoimento sobre a angústia com a demora nas investigações sobre o caso. Sandro Ramilton, pai de Beatriz, comentou sobre a luta da família por justiça e sobre as dificuldades vistas pela família durante a operação.
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Sandro também comentou qua a família sempre cobra da polícia civil uma melhor agilidade na resolução do caso. "Nós percebemos, desde o início, uma dificuldade de pessoal e de equipamento, mesmo com a palavra das autoridades pernambucanas de que não faltava nada. Nós vivencíamos na pele isso e passamos a lutar por melhores recursos", disse.
Ele ainda comentou sobre a surpresa que foi se encontrar com o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a disposição do governo federal no caso, podendo criar uma parceria entre a Polícia Federal e a Polícia Civil para ajudar nas investigações.
"O encontro com o ministro foi muito surpreendente. Sentimos de uma autoridade uma atitude generosa e respeitosa com o nosso caso, e de prontidão e seriedade. Enquanto falavámos com ele, já realizava procedimentos. Deu pra perceber o esforço que o Ministério da Justiça tem em nos ajudar no caso", afirmou.
Os pais também afirmaram que uma federalização total do caso não seria possível, pois eles não tiveram acesso ao inquérito do caso. "Nós já demos entrada a um pedido para obter o inquérito, mas ele não foi liberado para nossa família", afirmou a mãe de Beatriz, Lúcia Mota. O pedido deles é de que a Polícia Federal possa ajudar com os equipamentos e profisisonais que possam trazer novas informações sobre o caso.
A mãe também comentou sobre a falta que a filha faz no cotidiano da família. "O pior horário é a hora de dormir e de acordar. Ela dormia com a gente. E ver aquele rostinho toda vez pela manhã era sempre um motivo de felicidade. E hoje, nã poder ter isso é muito difícil. Eu perdi o sabor da vida. O que me faz seguir lutar é a minha família, meu marido. E por respeito a Beatriz, eu preciso continuar lutando em memória da minha família. E é por ela que irei lutar por justiça todos os dias da minha vida", afirmou.
Por fim, Lúcia também pediu uma responsabilização da escola no caso. "Eu responsabilizo 100% o colégio pelo que aconteceu com a minha filha. Tanto pela falta de segurança, a infraestrutura e a negligência do colégio. Eu vou lutar por justiça para que todos os responsáveis respondam sobre o caso. Tanto a administração quanto a direção do colégio precisam ser penalizados pelo que eles fizeram ou deixaram de fazer com o caso", afirmou.
Entenda o caso
As investigações sobre o caso da morte de Beatriz Mota está arrastado há praticamente um ano. Assassinada, no dia 10 de dezembro de 2015, a menina morreu após sofrer 42 facadas durante uma festa de formatura de segundo grau do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina. Ela havia pedido à mãe para beber água e, cerca de 30 minutos depois, foi encontrada sem vida no depósito de materiais esportivos do colégio, junto com a faca que teria sido utilizada no crime. A menina morava na Bahia com a família e participava da festa de formatura da irmã. O pai de Beatriz é professor no Colégio Maria Auxiliadora.
A demora na resolução das investigações já rendeu diversos protestos de familiares e amigos da vítima, que cobram uma resposta sobre o caso. A polícia tem informações de que cinco pessoas participaram do homicídio, além de montar um retrato falado do suspeito de assassinar a garota, mas até o momento nenhuma pessoa foi presa.
Na quinta-feira (8), os pais de Beatriz, Sandro Romilton e Lucinha Mota, se reuniram pela manhã com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que disse ser possível a realização de uma cooperação da Polícia Federal junto com a Polícia Civil, para ajudar nas investigações. Moraes também teria se prontificado a entrar em contato com o Ministério Público de Pernambuco para uma eventual contribuição.