Duas novas testemunhas que foram ouvidas, nessa segunda-feira (27), pela delegada Morgana Alvez, em Boa Viagem, apresentaram uma nova versão sobre as circunstâncias da morte da zeladora Cláudia Maria dos Santos Silva, de 49 anos. A princípio, acreditava-se que Cláudia havia se jogado de um ônibus no Ibura, Zona Sul da cidade, durante um assalto, mas, segundo familiares, a porta do coletivo teria ficado aberta e a vítima acabou caindo durante a ação dos bandidos.
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Na tarde desta terça-feira (28), após o sepultamento de Cláudia, um dos filhos dela garantiu, em entrevista ao Jornal do Commercio, que duas novas testemunhas confirmaram que o motorista do ônibus abriu a porta próximo a uma parada, assim que os bandidos realizaram o assalto. Como os suspeitos decidiram não descer, o transporte teria seguido viagem com a porta aberta, e Cláudia, que estava perto da saída, teria caído enquanto o veículo estava em movimento. "As testemunhas estavam no ônibus. Ela não pulou. Os bandidos mandaram seguir e o motorista seguiu com a porta aberta", declarou.
A mesma versão sobre o crime também foi confirmada pelo viúvo de Cláudia, Jailton Santos. No Cemitério de Santo Amaro, onde a mulher foi sepultada nesta tarde, em entrevista à Rádio Jornal, Jailton culpou a empresa de transporte pela morte da vítima. "A testemunha disse que o motorista abriu a porta, mas os bandidos mandaram ele seguir. No momento em que acelerou, não fechou a porta, assim passou a testemunha lá na delegacia", disse.
Ainda segundo o homem, a raiva dele pela morte da mulher é maior em relação à empresa de ônibus do que aos bandidos. "Ela tinha caído do ônibus. Gritaram que ela tinha caído. Minha raiva toda não é com os bandidos, eles estão assaltando, minha raiva toda é da empresa, porque abriu a porta antes do ônibus parar e continuou andando. O motorista não veio socorrer a minha esposa", desabafou.
Cláudia era zeladora do Edifício Madona das Rochas, em Boa Viagem, e voltava para casa na noite da sexta-feira passada, quando o veículo foi invadido por dois homens armados, que anunciaram o assalto.
Polícia Civil
Segundo nota da Polícia Civil, "já foram colhidos os depoimentos do cobrador e do motorista do ônibus, que não viram o momento exato que Claudia Maria teria se jogado do veículo. Outras testemunhas foram ouvidas. A polícia pede a colaboração da população, especialmente de quem estava no local na hora do ocorrido, para elucidação do caso, uma vez que não havia câmeras de segurança no coletivo".
Ainda segundo a Polícia Civil, A força-tarefa, ampliada em fevereiro deste ano para 10 equipes, já contabiliza 41 presos envolvidos em assaltos a ônibus desde 2016, sendo 27 apenas de janeiro para até a data de hoje.
O telefone 98673.8541 foi disponibilizado para que testemunhas entrem em contato via WhatsApp ou por meio de ligação.