Audiência recolhe propostas para conter violência nos ônibus

O videomonitoramento online dos ônibus; a melhoria da iluminação pública; policiais à paisana nos coletivos e guardas municipais atuando na segurança foram algumas das sugestões apresentadas, nesta sexta, em audiência pública para discutir o aumento da violência no transporte público. O evento aconteceu na Câmara Municipal do Recife e teve reforço de um protesto dos rodoviários pelo Centro da Cidade contra a insegurança e a retirada gradativa dos cobradores de ônibus.

O levantamento do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco indica que este ano já aconteceram 952 assaltos a ônibus no Grande Recife, 14 só anteontem. “Ninguém aguenta mais tanta violência. Queremos providências. Há um déficit de policiais com os militares fora do Programa de Jornada Extra de Segurança (Pjes), os guardas municipais podem ajudar se andarem armados, como previsto em lei”, defendeu o presidente da entidade, Benílson Custódio. Segundo ele, vários trabalhadores estão afastados por problemas psicológicos.

Coordenador da operação Transporte Seguro, que fiscaliza os ônibus, o major Alexandre Tavares disse que em 60 dias os bloqueios nos corredores de ônibus resultaram em 57 detenções e apreensão de 15 armas de fogo, além de drogas e armas brancas. “Estamos estudando novas formas e formando mais policiais nos próximos 90 dias, pois temos que aumentar as frentes de trabalho na operação”, salientou.

NÚMEROS

Os números da SDS – que não contabilizam quando os assaltos são apenas aos passageiros – diferem bastante das estatísticas do sindicato (199 em janeiro e 175 em fevereiro) e provocaram reação dos presentes. O delegado Joel Venâncio chamou atenção para a necessidade de se apurar esse desencontro de dados.

Representando o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Passageiros (Urbana-PE), Bernardo Braga destacou a importância do sistema de bilhetagem eletrônica, citando que ele ajuda a retirar dinheiro de circulação e melhorar a segurança.
Os rodoviários contestam e acreditam que a ideia é para justificar a retirada dos cobradores dos ônibus, fato que também motivou o protesto de ontem.

Dezenas de ônibus ficaram parados na Ponte Duarte Coelho, Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes, Rua da Aurora e Rua do Sol, entre as 11h e 13h. “Não se pode recusar pagamento em dinheiro, é nossa moeda”, afirma Benílson.

O vereador Rinaldo Júnior (PRB), que convocou a audiência, informou que as propostas apresentadas serão encaminhadas ao Governo do Estado e à Prefeitura do Recife. Os rodoviários querem levar a discussão à Assembleia Legislativa.