Por meio de mensagens via WhatsApp e ligações feitas com o próprio telefone celular, uma mulher identificada como Agueda Suzana Alvez, moradora de Caruaru, Agreste de Pernambuco, simulou o próprio sequestro e tentou obrigar o marido a pagar R$ 200 mil pelo seu resgate. A mulher, de 50 anos, teria iniciado o golpe no último dia 19 e foi descoberta pela polícia através de câmeras de segurança do Aeroporto Internacional do Recife, na Zona Sul da capital, de onde ela embarcou sozinha em direção ao Rio de Janeiro no dia 15 de março.
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Agueda utilizou o WhatsApp para enviar mensagens aos familiares sobre supostas ameaças que estariam sendo praticadas contra ela. "Eu vou matar ela. Vamos negociar? Ou você aceita ou ela morre", dizia em um trecho. Além das ameaças, fotos da suposta vítima em um cativeiro foram enviadas aos familiares, que a todo momento pediam áudios e imagens para comprovar a veracidade do fato.
Quando Agueda anunciou a quantia que deveria ser paga pelo resgate, o marido chegou a dizer que não tinha o dinheiro, mas mesmo assim se comprometeu a pagar após novas mensagens afirmarem que a mulher estava sob domínio de um drogado, "um satanás, que já cheirou mais de 300 gramas de pó" e não estava "brincando".
Prisão no aeroporto
A Polícia havia iniciado a investigação acreditando que realmente se tratava de um sequestro, porém passou a avaliar a possibilidade do golpe quando, por meio de câmeras de segurança, foi descoberto que a mulher havia embarcado sozinha e livre para o Rio de Janeiro. O Grupo de Operações Especiais (GOE) aguardou então o retorno de Agueda, que voltou ao Recife no dia 24 após não ter concretizado a negociação sobre o sequestro.
Na data do desembarque, a polícia prendeu a mulher em flagrante no terminal aéreo. No momento da prisão, Agueda estava ao celular com o marido afirmando que havia fugido do cativeiro e não lembrava do que havia acontecido. A falsa vítima foi encaminhada a sede do GOE para prestar esclarecimentos e em seguida foi levada para a Colônia Penal Feminina do Recife, onde permanece presa preventivamente.
A polícia trabalha agora na elucidação do caso por meio de outras pessoas que supostamente teriam participado do crime. Um homem identificado como amante da mulher já foi reconhecido.