Operação Hostes

Policiais de milícia agiram para políticos em campanha, diz Polícia

Polícia Civil apresentou detalhes nesta quarta (16) da operação que prendeu policiais suspeitos de integrarem milícia que atuava no interior de Pernambuco

Da editoria de Cidades
Cadastrado por
Da editoria de Cidades
Publicado em 16/08/2017 às 11:31
Guga Matos/JC Imagem
Polícia Civil apresentou detalhes nesta quarta (16) da operação que prendeu policiais suspeitos de integrarem milícia que atuava no interior de Pernambuco - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
Leitura:

A Polícia Civil apresentou na manhã desta quarta-feira (16) os detalhes da Operação Hostes, que prendeu uma milícia privada formada por civis e policiais militares que atuava no interior de Pernambuco. Eles são suspeitos de praticar homicídios, concussão, que é extorsão quando praticada por funcionários públicos, além de comércio ilegal de armas, e atuavam na região de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Taquaritinga do Norte. Sete pessoas foram presas nessa terça-feira (15), e o líder da quadrilha, Orlay Soares dos Santos, policial militar que estava foragido, se entregou na manhã desta quarta-feira (16). Ainda de acordo com a polícia, os suspeitos prestavam serviços a políticos em campanha, que não tiveram seus nomes divulgados.

De acordo com Bruno Vital, delegado responsável pelas investigações, que foram iniciadas em 2016, o grupo chamou a atenção da Polícia após realizar alguns atentados contra integrantes dos batalhões da PM na região de atuação da quadrilha. A milícia, que tem em sua formação quatro policiais militarem ativos e um aposentado, agia como uma empresa de segurança, cobrando quantias de comerciantes e realizando rondas para estabelecimentos privados até mesmo durante o serviço como policial militar, utilizando armas e artefatos da corporação.

"Eles eram um grupo organizado, era uma hierarquia. Havia uma coleta no local onde eles realizavam a segurança, escolta, e até mesmo prisões ilegais de indivíduos que teriam realizado furtos ou roubos na região que eles atuavam. Estamos investigando também seis homicídios que teriam sido praticado por eles", explicou o delegado. Além dos serviços como segurança de estabelecimento, as investigações apontaram que nas eleições de 2016, o grupo prestou serviços de segurança privada para candidatos.

Prisão temporária

Com os presos nessa terça (15), foram encontradas cinco armas, coletes a prova de bala, uniformes de segurança e documentos que comprovavam a ação da milícia. Os policiais presos foram levados para o Centro de Reeducação da Polícia Militar, no Recife, e os civis para a Cadeia Pública de Santa Cruz do Capibaribe, onde irão cumprir prisão temporária de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30.

Últimas notícias