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Caso Maria Alice: júri popular decide destino de padrasto acusado de assassinato

Gildo da Silva Xavier é acusado de estuprar, matar e ocultar o corpo de Maria Alice Seabra num matagal de Itapissuma, em 2015

JC Online
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Publicado em 22/05/2018 às 8:35
Foto: Jatiaty Xavier/TV Jornal
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atualizada às 14h17

A câmara de vereadores de Itapissuma, no Grande Recife, recebe o tribunal do júri popular de Gildo da Silva Xavier, acusado de estuprar, matar e ocultar o corpo de Maria Alice Seabra num matagal da cidade, em 2015. O julgamento teve início às 9h desta terça-feira (22) e se condenado, o réu pode pegar até 48 anos de prisão. O crime teve enorme repercussão à época e causou grande comoção popular.

O defensor público Janio Pianco, que está fazendo a defesa de réu, contou a versão do acusado. Ele disse que Gildo estava brigado com a companheira e tentando reatar, e a menina estaria atrapalhando. Ele contou também que chamou a jovem apenas para conversar.

 Gildo da Silva Xavier também deu depoimento, e negou que teria estuprado Maria Alice Seabra. Ele disse ainda que a cena do crime, na qual a garota foi encontrada sem parte do braço, sem roupa e com o sutiã rasgado, foi montada pela Polícia Civil.

"Eu estava com a policia. Quando encontraram a menina. Eles me levaram para o carro e voltaram para o local onde ela estava. Eles mexeram lá, em tudo...", disse.

Ministério Público

 "O pedido do Ministério Público vai ser certamente o de condenação em todos os crimes por ele praticados, que foram quatro. O crime de sequestro qualificado ara fins sexuais, o crime de estupro, de ocultação ao cadáver e o crime de homicídio quadruplamente qualificado", explicou o promotor de Justiça Alexandre Saraiva.

O promotor ainda explica que na época em que o crime foi julgado pela primeira vez, a ação não foi classificada como feminicídio, por isso não poderá enquadrada neste tipo de crime. "Não será possível o Ministério Público impugnar e nem o judiciário vai se quer apresentar esse quesito aos jurados. Nós ficamos presos ao que foi capitulado na sentença de pronúncia", contou. "Contudo, quero deixar claro que como ele cometeu o crime de homicídio quadruplamente qualificado, eu creio que isso não aumentaria a pena significativamente", acrescentou o promotor de Justiça.

Foto: Jatiaty Xavier/TV Jornal
Gildo Xavier chegou ao fórum sob gritos de "assassino" - Foto: Jatiaty Xavier/TV Jornal
Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
Promotor vai pedir pena máxima para o acusado - Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
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Júri acontece na câmara de vereadores de Itapissuma - Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
Júri acontece na câmara de vereadores de Itapissuma - Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
Família de Maria Alice levou cartazes com a foto da jovem - Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
Delegada Gleide Ângelo foi a responsável pelo caso - Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal

Se condenado, Gildo Xavier, 36 anos, poderá pegar até 48 anos de detenção. Ele foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por quatro crimes: sequestro qualificado (para fins sexuais); estupro (com o agravante de ser padastro da vítima); homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, tortura ou outro meio cruel, emprego de asfixia, sem chance de defesa) e ocultação de cadáver.

RELEMBRE O CASO

Em junho de 2015, Maria Alice Seabra, 19 anos, havia saído de casa após conflitos com o padrasto. Ela estava morando na casa da irmã mais velha, embora preferisse dizer a Gildo que estava passando um tempo com um tio.

Com a promessa de levá-la a uma entrevista de emprego, ele buscou a jovem em casa usando um carro alugado. No caminho do suposto compromisso, Gildo espancou, drogou, violentou e matou a enteada. O corpo da jovem foi encontrado cinco dias após o sequestro, num canavial em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife. Preso, Gildo confessou os crimes alegando um "desejo sexual" pela jovem como motivo do crime.

Perícias realizadas pelo Instituto Médico Legal (IML) comprovaram que a mão esquerda de Maria Alice Seabra foi decepada pelo padrasto com o auxílio de um instrumento contundente pesado, como um machado ou facão. Gildo nega ter sido autor da mutilação. A delegada Gleide Ângelo foi responsável pela investigação. O acusado aguarda julgamento no Presídio de Igarassu, também no Grande Recife.

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