Atualizada ás 10h
A esposa do cardiologista que teve o corpo esquartejado, queimado e jogado dentro da cacimba de sua residência, em Aldeia, Camaragibe, contou ao seu advogado uma outra versão sobre o caso. A farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, 54 anos, afirmou que ela e o marido, o também advogado, Denirson Paes da Silva, 54, não estavam em processo de separação e que não existe nenhum seguro de vida em nome do médico.
Jussara está presa na Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, Zona Oeste desde a última sexta-feira (6). A farmacêutica é a principal suspeita de ter cometido o crime contra o médico juntamente com o seu filho mais velho, o engenheiro civil Danilo Paes, 23.
O Advogado da esposa e do filho, Alexandre Oliveira, esteve neste domingo (8) no presídio feminino para entregar o diploma que comprova a formação em nível superior da farmacêutica. Em entrevista à TV Jornal, Alexandre explicou que Jussara está “tão abalada quanto todo mundo” e que ela continua negando qualquer participação no crime. “Ela continua afirmando que, para ela, foi um susto. O marido estava desaparecido, o tempo todo ela cooperou com a Justiça, prestou informações, esclarecimentos, chamou a polícia para sua casa”, disse.
O advogado ainda comentou que Jussara pergunta o tempo inteiro sobre o filho, que também está preso em cela isolada no Cotel, em Abreu e Lima, Grande Recife. Segundo Alexandre, não existem motivos para que seus clientes fiquem presos, uma vez que, nem a mãe nem o filho, têm antecedentes criminais e não oferecem riscos para ninguém.
“Eu só vou entrar com habeas corpus na tarde desta segunda (9), porque não consegui juntar os autos de prisão, na Justiça e na Delegacia de Camaragibe”, explicou o advogado, que vai pedir a soltura dos dois para que fiquem em um apartamento que a família possui em Aldeia. A casa do condomínio tem áreas isoladas e passa por investigações.
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Sobre as pistas encontradas no imóvel, como manchas de sangue no banheiro identificadas com luminol, o advogado afirma que Danilo, durante audiência de custódia, disse que teve relações sexuais com a namorada quando ela estava menstruada. De acordo com o advogado, também está sendo analisada a possibilidade de contratar um perito particular para avaliar o caso.
Família do médico
Da pequena cidade de Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, Francisco Ferreira, 79 anos, acompanha com apreensão e surpresa o desenrolar das investigações do assassinato do seu filho Denirson Paes da Silva. Por causa da idade avançada, membros da família impediram o aposentado de vir a Pernambuco. Por telefone, Francisco conversou com os repórteres Isa Maria, Gabriel Dias e Mariana Barros.
De acordo com Francisco, para a família, as evidências nas investigações apontam que nora e neto teriam participação no crime. "As evidências são tão claras, que eu não vou dizer que eu tenho absoluta certeza, mas eu tenho uma convicção que só pode ter sido", afirmou.
