As investigações sobre um incêndio ocorrido em uma escola e um posto de saúde utilizadas por indígenas em Jatobá, Sertão de Pernambuco, contarão com uma equipe da Polícia Federal. A informação foi repassada pela assessoria de imprensa da PF na manhã desta terça-feira (30). Comentários nas redes sociais sugerem que o caso tem motivação política, mas delegado da Polícia Civil nega. A suspeita inicial é de que seja uma ação de posseiros que foram retirados do território.
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Relembre
Uma escola e uma Unidade de Saúde da Família utilizadas por indígenas no sítio Bem Querer de Baixo, em Jatobá, Sertão de Pernambuco, foram atingidas por um incêndio na madrugada desta segunda-feira (29). O povo Pankararu utilizou o Facebook para denunciar o caso. Comentários nas redes sociais sugerem que o incêndio tenha motivação política, mas o delegado Daniel Angeli, titular da delegacia de Jatobá, responsável pela investigação nega.
No dia 13 de setembro, a Polícia Federal de Pernambuco (PF) com apoio de policiais militares, realizou a Operação Pankararu cujo objetivo era a desocupação de 12 imóveis indígenas na região localizada entre Tacaratu, Jatobá e Petrolândia. Na data, a PF informou que sete dos 12 imóveis foram desocupados.
Um levantamento realizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), a pedido da Justiça Federal, identificou que, das 346 famílias não-indígenas com posses na região, 259 não residem nas terras, possuindo imóveis nas cidades de Petrolândia, Tacaratu e Jatobá que seriam utilizados apenas como local de lazer para feriados e finais de semana.
De acordo com o TRF5, a Funai também ficou responsável por indenizar as famílias posseiras que realizaram benfeitorias na terra que ocuparam. Algumas dessas indenizações já teria sido pagas e todos os posseiros foram realocados no PA-Abreu e Lima, um assentamento localizado em Tacaratu, Sertão do Estado. Apesar disso, segundo o tribunal, posseiros apresentaram insatisfação com a localização do município, que seria muito distante, e com as terras, que seriam improdutivas.