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Municípios do Agreste abastecidos pelo Sistema Jucazinho terão racionamento de água

Segundo a Compesa, aproximadamente 850 mil pessoas serão afetadas

Diego Caires
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Diego Caires
Publicado em 23/04/2015 às 19:40
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Segundo a Compesa, aproximadamente 850 mil pessoas serão afetadas - FOTO: Foto: Reprodução
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Representantes da Companhia Pernambucana de Abastecimento e Saneamento, Compesa, convocaram uma coletiva de imprensa na sede da Associação Comercial e Industrial de Caruaru – ACIC, na tarde desta quinta-feira (23), para anunciar o plano de contingência para 15 cidades do Agreste, numa região com 850 mil habitantes. A partir do dia 1º de maio, municípios como Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Surubim terão o abastecimento de água racionado.

A medida foi tomada depois que o órgão divulgou os dados da atual situação do nível da Barragem de Jucazinho, localizada no município de Surubim. Dos 300 milhões de metros cúbico, o reservatório dispõe atualmente apenas de 25 milhões, o que corresponde a um pouco menos de 8% da capacidade de represamento de água. No mês de fevereiro do ano passado, este número era de 30%, o equivalente a 100 milhões de m3.

Veja reportagem exibida na TV Jornal Caruaru

 

O anúncio foi feito agora, porque segundo o presidente da companhia, Roberto Tavares, a população deve estar consciente sobre as medidas que estão sendo tomadas para a preservação do manancial. “Com a redução da vazão, teríamos muitos problemas de continuar o abastecimento do jeito que estava sendo feito, inclusive com quedas de pressão, ou seja, iríamos ter um calendário desorganizado. Então decidimos, ao baixar a vazão, preservar a Barragem de Jucazinho e também para que a população tenha clareza de como será o calendário. Nós vamos acompanhar todo o processo, isto nos ajudará a cumprir as metas, assim, as pessoas podem se programar e usar a água com racionalidade”.

Atualmente, Caruaru está com apenas 10% de intermitência, ou seja, racionamento de água, mas passará a ter 40% dos bairros com três dias com água e quatro sem, e os demais 60% da cidade, com quatro dias de abastecimento e três sem. Outro exemplo é a cidade de Gravatá, também no Agreste, que é abastecida por dois dias e quatro seguidos sem água, mas passará a ficar o dobro de dias sem o líquido nas torneiras.

A gerencia regional do órgão prometeu identificar e atuar os pontos de perda na Capital do Agreste, um dos grandes problemas enfrentados na Zona Urbana. “Estamos no quarto ano de estiagem e por isto estaremos com planos de ações na Cidade de Caruaru, como o combate as ligações clandestinas em loteamentos irregulares. Para isto teremos o apoio do Ministério Público. Também estamos realizando uma ação com vários órgãos, inclusive com a participação de vários líderes comunitários e os donos destes loteamentos, para tentar minimizar estas perdas de água. Estaremos com um mutirão em horários alternados para os vazamentos”, disse Niadja Menezes, gerente regional da COMPESA.

Para o presidente Roberto Tavares, outra ação importante que deverá ajudar a diminuir os efeitos da prolongada estiagem, é a conclusão da Adutora do Agreste, que trará água do Rio São Francisco para a região, no projeto da transposição. A obra está a passos lentos devido a falta dos recursos vindos do Governo Federal. Até agora foram concluídos apenas 250 quilômetros da primeira etapa, e já foram gastos R$ 450 milhões de um total de R$ 1,3 bilhões. A COMPESA está tentando viabilizar junto ao Governo Federal os recursos da segunda etapa do projeto.

A previsão é de que a medida permanecerá em vigor por quatro meses, durante o período chuvoso. Serão feitas avaliações para verificar a situação do sistema. Atualmente, 12 cidades do Estado enfrentam o colapso hídrico. A maior parte delas está no Agreste, a exemplo de Capoeiras e Jucati.

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