Ao longo de uma semana, Pernambuco registrou o aumento de 23,4% nos registros de casos de chicungunha, doença que este ano já foi registrada em 73 (39,4%) dos 184 municípios do Estado, além do arquipélago de Fernando de Noronha. Também se observa uma elevação de 24,4%, em sete dias, no número de gestantes com exantema (manchas vermelhas na pele, sintoma geralmente presente nas arboviroses).
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Os dados, que estão no boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES), mostram que a alta de casos de chicungunha começou a ser percebida na semana 10 (5 a 11 de março), quando haviam sido notificadas 606 pessoas (122 a mais do que na semana anterior) que adoeceram com sintomas de chicungunha desde 1º de janeiro. Já durante a semana 11, que compreende o período entre os dias 12 e 18 de março, o número subiu para 748 pacientes com sinais da doença, o que equivale ao aumento de 23,4% nas notificações.
O percentual é bem menor quando comparado com a elevação dos casos de dengue (2,5%) e zika (1,4%) no mesmo período – ou seja, entre as semanas 10 e 11. Esse cenário levou a SES a investigar o motivo que gerou a expansão das notificações de chicungunha nos boletins emitidos pela pasta.
“Procuramos o serviço (em Goiana, Zona da Mata Norte) que mais registrou os casos nas últimas semanas. Nessa unidade, percebemos que os registros eram de casos crônicos. Isso sugere que são pessoas que adoeceram há meses, mas estavam retornando ao serviço com complicações decorrentes da chicungunha. Não eram casos novos. Mas precisamos ver se é isso que acontece também nos outros locais ou se, neles, são novos pacientes”, informa a coordenadora do Programa de Controle de Arboviroses da SES, Claudenice Pontes.
Ela acrescenta que, até sexta-feira, deve ser concluída a investigação nas demais unidades de saúde que apresentam elevação nos registros da doença. “Por enquanto, sabemos que muitos dos pacientes que visitaram os serviços e foram notificados, nas últimas semanas, têm manifestado artralgia (dor em articulação, sintoma clássico da fase crônica da doença), mas sem febre. Isso são, contudo, apenas relatos. Precisamos confirmar se é a realidade”, acrescenta.
GESTAÇÃO
Sobre as mulheres grávidas com exantema, o aumento de 24,4% foi percebido entre as semanas 10 e 11: saiu de 49 para 61 casos. Desse total, prevalecem casos de chicungunha (três mulheres grávidas com diagnóstico comprovado da doença e uma que positivou para dengue). Em relação à zika entre as gestantes, não há confirmações.