Suicídio

Dez alertas para pais e educadores sobre o jogo Baleia Azul

Escola de informática cria uma cartilha que poderá ajudar muitos pais

Da editoria de Cidades
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Publicado em 25/04/2017 às 10:59
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Preocupados com os efeitos do jogo Blue Whale (Baleia Azul) e da série 13 ReasonWhy como estimulantes do suicídio de jovens, educadores da rede de escolas de informática Microcamp, de São Paulo, elaboraram uma cartilha na qual são traçados dez sinais de alerta sobre indícios de que algo esteja errado com o jovem.

Confira os dez alertas:
1. Prestar atenção se o jovem sabe do que e trata o jogo e seus perigos. Converse sobre o assunto. Na adolescência é comum que os pais sejam excluídos da vida social de seus filhos, entretanto, segundo Helder Hidalgo, coordenador de cursos e psicólogo, é fundamental ter um diálogo dentro de casa, entender qual é a necessidade do jovem no momento. “Nessa conversa pode ser percebido um pedido de ajuda”, pondera.

2. Ficar atento ao comportamento dos jovens, prestando atenção se há alguma mudança significativa. “Jovens comunicativos podem ser tornar quietos, tímidos. Outros que são calmos podem se tornar ansiosos. É sinal de que algo mudou”, diz o coordenador.

Jovens comunicativos podem ser tornar quietos, tímidos. Outros que são calmos podem se tornar ansiosos. É sinal de que algo mudou”, Helder Hidalgo, psicólogo

3. Atenção nas atividades dos jovens na internet. Procure saber o que o jovem está acessando, o que está jogando, com quem, se aceitou convites de desconhecidos. “Pode parecer invasão de privacidade, mas é um cuidado que pais e educadores devem ter, principalmente quando se lida com menores de 12, 13, 14 anos que é a maioria de nosso público, e que são alvo principal dos “curadores” ou seja, pessoas que controlam o jogo", ressalta Helder Hidalgo.

4. Verificar se o jovem usa manga comprida mesmo em dia quente. “Esse é um procedimento comum do jovem para esconder as mutilações”, alerta.

5. Verificar se há marcas pelo corpo. “E se tiver, pergunte o que aconteceu”, diz Helder.

6. Atentar para o rendimento escolar. Segundo o coordenador, os pais, mas principalmente os professores, podem observar isso e procurar saber o motivo. “Faltas, desinteresse em sala de aula, notas baixas são sinais de alerta”, explica.

7. Perceber se há isolamento e sinais de tristeza. De acordo com o coordenador, quando o jovem começa a evitar a convivência em grupo e prefere ficar só, pode ser sinal de problema, uma depressão, por exemplo. “E a depressão é um importante motivo que leva ao suicído”.

8. Notar se há agressividade. Segundo o psicólogo, adolescência é a fase da contestação. Mas contestar é uma coisa, ser agressivo é outra.

9. Atentar para os temas das conversas dos jovens. “Não só para o tema, mas a forma como o assunto é tratado. Adolescentes que veem normalidade no ato do suicídio, não é normal”, diz Helder.

10. Se notar alguma alteração, professores e pais devem conversar com o jovem e procurar ajuda profissional. Para Helder Hidalgo, fingir que nada está acontecendo, ou que é algo passageiro é o pior que pode acontecer. “Existem experiências na adolescência e juventude que acarretam danos para a vida adulta”, observa.

O jogo

Em Blue Whale (Baleia Azul) adolescentes são convocados para grupos fechados no Facebook e no WhatsApp, e devem cumprir 50 desafios pré-estabelecidos por curadores, que são pessoas que comandam o jogo. Entre as tarefas, estão mutilar os braços com facas, assistir a filmes de terror na madrugada e, na tarefa final, cometer suicídio.

Iniciado na Rússia entre 2015 e 2016, o "jogo da Baleia Azul" (Blue Whale) está supostamente ligado a uma série de suicídios em todo o mundo. Isso porque ele busca causar danos emocionais aos participantes.

A série

"13 ReasonsWhy" (Os treze porquês) gira em torno de uma estudante do ensino médio, que se mata após uma série de agressões sofridas dos colegas no ambiente escolar. Antes de tirar a própria vida, ela grava fitas de cassete explicando para treze pessoas como elas desempenharam um papel na sua morte e as motivações que a teriam levado ao suicídio: bullying, violação da privacidade, assédio, incompreensão e estupro são algumas delas.

A Microcamp tem 75 unidades espalhadas por todo o País e desde sua fundação, em 1977, já formou mais de 1,5 milhão de alunos.

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