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Em palestra, PF alerta alunos para perigos dos desafios do Baleia Azul

Durante encontro, estudantes são orientados a não cair nas armadilhas da internet. Na segunda-feira (24), assessor da PF ministrou palestra para cerca de 200 crianças e adolescentes

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 25/04/2017 às 9:35
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Durante encontro, estudantes são orientados a não cair nas armadilhas da internet. Na segunda-feira (24), assessor da PF ministrou palestra para cerca de 200 crianças e adolescentes - FOTO: Jedson Nobre/JC Imagem
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“O jogo não domina vocês. Cada um de vocês tem o controle da própria vida.” Essa foi uma das frases usadas pelo assessor de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, Giovani Santoro, durante palestra educativa sobre cibercrime ministrada, na segunda-feira (24), para cerca de 200 alunos do Colégio Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A declaração representa o tom da conversa com os estudantes, que foram orientados a não cair nas armadilhas da internet, especialmente nos perigos impostos pelos desafios da Baleia Azul – “jogo” que preocupa famílias, professores, especialistas em saúde mental por induzir a automutilações e comportamento suicida.

Durante o encontro, Giovani Santoro mostrou como crianças e adolescentes podem reconhecer criminosos no mundo virtual. Além disso, a palestra serviu como oportunidade para levar incentivo àqueles que se sentem intimidados por “mentores”, como são conhecidas as pessoas que conduzem os desafios do Baleia Azul. “Essas ameaças são uma fraude; não foram concretizadas em nenhum lugar do Brasil nem do mundo. Não houve um parente morto pelo fato de algum jovem ter deixado de participar do desafio”, destacou Santoro, ao mencionar que as chantagens dos “mentores” são ação de má-fé.

Dessa maneira, ele deixou claro que, ao serem ameaçados, os jovens não devem ter medo nem deixar de comunicar a ocorrência à família. “Cada vez que algo do tipo acontecer, é preciso dizer aos amigos, professores e principalmente aos pais. Quanto mais se falar sobre o que está acontecendo, mais gente poderá ajudar e oferecer proteção.”

Em Pernambuco, segundo Giovani Santoro, continuam em investigação, pelas Polícias Civil e Federal, sete casos de crianças e adolescentes que se envolveram com o Baleia Azul. “Para alguns deles, há indícios suficientes de que as consequências foram decorrentes dos desafios. Precisamos mesmo ir às escolas para fazer um trabalho preventivo e informar os jovens, a fim de que a polícia não tenha trabalho no futuro de reprimir ou ter o desprazer de vê-los como vítimas dessas pessoas (os ‘mentores’ do Baleia Azul).”

PROCURA

A solicitação para a PF realizar palestras educativas nas escolas sobre cibercrime tem aumentado desde a última semana, quando os casos vieram à tona em vários Estados do Brasil. Há sete dias, a agenda da PF para esses encontros estava fechada até junho. “Agora, há confirmações até julho. Em uma dessas conversas, uma menina me disse estar pensando em entrar no ‘jogo’ porque o pai dava mais atenção ao irmão do que a ela. São a casos assim e a outros problemas pelos quais os jovens passam que a família deve ter cuidado. Esses desafios podem servir como gatilho para uma condição preexistente de depressão ou tristeza, que deve ser identificada e tratada pelos pais com diálogo aberto. Isso faz com que, diante do menor sinal de perigo, a criança se abra com seus pais, e não com um estranho”, acrescentou Giovani Santoro.

O diretor pedagógico do Colégio Boa Viagem, José Ricardo Diniz, ressalta que a palestra foi solicitada pela instituição para levar esclarecimentos aos alunos sobre as atividades danosas que têm se expandido pela internet. “Quando vimos as suspeitas (ocorrências relacionadas ao Baleia Azul), tomamos a iniciativa de compartilhar informações para alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental desenvolverem o espírito crítico necessário para que possam separar o joio do trigo. Não adianta ocultar a situação. Pelo contrário: a informação deve vir à tona para o colégio desenvolver nos estudantes uma atitude cidadã e, assim, compreender os desafios da rua”, frisou José Ricardo, que também preside do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco.

Serviço: 

Interessados em agendar palestras com a PF em Pernambuco devem entrar em contato pelo telefone (81 2137-4076), de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h

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