Saúde

Febre amarela: especialistas tiram dúvidas sobre a doença na TV JC

O epidemiologista George Dimech, diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, e a infectologista Sylvia Hinrichsen falam sobre vacinação e controle da febre amarela

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Publicado em 18/01/2018 às 16:48
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
O epidemiologista George Dimech, diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, e a infectologista Sylvia Hinrichsen falam sobre vacinação e controle da febre amarela - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Mal passado o surto de febre amarela durante o primeiro semestre do ano passado no Brasil, a doença já volta a despontar como um ímpeto que já causou 20 mortes nos últimos seis meses e, por isso, faz muita gente correr até as unidades de saúde para tomar a vacina – a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.

O vírus tem preocupado não só moradores de áreas com recomendação de imunização. Quem não é vacinado e está com viagem marcada para esses locais só faz alimentar preocupações. Para tirar dúvidas sobre o assunto no programa Casa Saudável desta quinta-feira (18), convidamos o epidemiologista George Dimech, diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, e a infectologista Sylvia Hinrichsen, do Hospital Jayme da Fonte, no Recife.

Confira:

Vacinação

Com o anúncio dos casos de febre amarela investigado em Pernambuco, as filas nos postos de vacinação só fazem crescer no Recife. Na cidade, o volume de doses aplicadas do imunizante em janeiro praticamente dobrou, em comparação aos meses anteriores à explosão dos casos no Brasil.  "O Recife recebe, da Secretaria Estadual de Saúde (SES), duas mil doses do produto a cada mês. Com o aumento da procura, tivemos que antecipar o pedido de fevereiro e provavelmente já chegamos a aplicar cerca de quatro mil doses este ano. Só ontem recebemos mais 1.520 da SES", informa a coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel.

Na rede pública, para receber a vacina, é necessária a apresentação de um comprovante de viagem (como o recibo de compra de passagem ou o documento de reserva do hotel) a localidades que têm áreas de risco de transmissão da doença. “Neste momento, pedimos que a população do Recife seja compreensível e só procure os postos de saúde para fazer a vacinação nos casos de viagem agendada para locais que exigem a imunização”, orienta Elizabeth Azoubel. O depoimento da especialista serve para reforçar que os moradores de Pernambuco sem deslocamento agendado para áreas de risco não têm motivo para se preocupar agora com a vacinação. O Estado não tem a circulação do vírus.

Vacinado é o 2º caso suspeito em PE

O segundo paciente em investigação para febre amarela em Pernambuco tem uma particularidade que chama a atenção: ele foi vacinado contra a doença há seis anos. Ainda assim, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) explicou que ele foi notificado, após ser atendido em unidade de saúde, por ter passado por área de risco.

"O problema (da febre amarela) existe, mas provavelmente está superdimensionado. Há quem corra para se vacinar sem justificativa", diz o infectologista Vicente Vaz (Foto: Rodrigo Lôbo/Acervo JC Imagem)

“Teoricamente a vacina oferece proteção por toda a vida, com garantia de imunidade maior do que 90%. Para pessoas com algumas condições que comprometem a saúde, a vacina pode não funcionar tão bem como acontece na população saudável, que tem uma resposta vacinal boa”, esclarece o infectologista Vicente Vaz.

É por esse motivo que o fato de ter recebido a imunização contra a febre amarela não é uma condição que exclui totalmente o risco de se ter a doença. “Todos, inclusive os profissionais de saúde, estão em alerta máximo para fazer a vigilância dos casos suspeitos. É para ser assim mesmo ”, destaca Vicente, cujo depoimento sinaliza a crença de muitos epidemiologistas: é melhor pecar por excesso do que por omissão. O infectologista acredita que possivelmente o segundo caso em investigação no Estado será descartado (especialistas acreditam que o primeiro também), mas ainda não é o momento de desconsiderar as suspeitas.

Em nota, a SES informa que os serviços estão sensíveis para notificar ocorrências que possam estar relacionadas à febre amarela e a outras arboviroses. “É importante que os profissionais de saúde notifiquem para que a SES analise a situação”, diz o comunicado. Se necessário, a pasta diz que adotará medidas de controle em tempo hábil.

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