MONITORAMENTO

Projeto estimula monitoramento do Aedes aegypti no Recife

Com uma colaboração de poucos minutos semanais, os recifenses podem fazer uma grande diferença no combate ao mosquito causador da dengue, chikungunya e zika

Editoria de Cidades
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Publicado em 10/05/2018 às 8:48
Foto: João de Oliveira/ Divulgação
Com uma colaboração de poucos minutos semanais, os recifenses podem fazer uma grande diferença no combate ao mosquito causador da dengue, chikungunya e zika - FOTO: Foto: João de Oliveira/ Divulgação
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Cinco minutos por semana. Esse é o tempo necessário para ajudar no combate ao Aedes aegypti, através da construção de uma armadilha de baixo custo e de uma plataforma simples, disponível para smartphones. O aplicativo AeTrapp – Monitoramento Cidadão de Focos de Mosquito Aedes, desenvolvido pelo WWF-Brasil, está em fase de testes no Recife desde o início do mês e chega à capital pernambucana no momento em que o Estado registra um aumento de 10% nos casos de dengue. A proposta é fazer com que a população contribua com o monitoramento do número de ovos do mosquito colocados em cada região. Quem quiser se voluntariar, pode se inscrever até o fim da próxima semana.

A primeira etapa consiste em construir uma pequena armadilha, com garrafas pet transparente, papel aquarelável, uma caneta, clipes e uma moeda de um real. O custo é de menos de R$ 5. “Todas as instruções são passadas por e-mail. A armadilha é bastante simples e barata. Nós fornecemos o material para quem não tiver ou não puder comprar”, explica o coordenador de Ciência e Tecnologia do projeto, Oda Scatolini.

Em seguida, tem início a segunda etapa: o monitoramento. Uma vez por semana, os voluntários devem fotografar as amostras e cadastrar em um sistema online, através do aplicativo. É ele quem fará a contagem dos ovos. O trabalho deve durar seis semanas. Na capital, a versão de testes está sendo implementada nos bairros do Recife, das Graças, Morro da Conceição e entorno, mas quem morar em outra área e quiser participar, também pode entrar em contato com a organização do projeto, que conta com o apoio da rede de pesquisa Inciti, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Prefeitura do Recife. O e-mail para inscrições é [email protected].

“A gente se inspirou no modelo das ovitrampas, que existem desde os anos 60. A diferença é que nele a contagem dos ovos é feita por um especialista, com a ajuda de um microscópio. É tudo manual e visual. O que o aplicativo faz é automatizar o processo. Ele é quem conta os ovos. Em uma paleta, podem existir centenas ou milhares deles. É um ganho muito grande”, destaca Scatolini.

De acordo com o coordenador de articulação do Inciti, Caio Scheidegger, a escolha dos bairros se deu a partir de um diagnóstico realizado junto à Prefeitura do Recife. “Estamos tentando mobilizar a população dessas áreas e de outras. Já realizamos oficinas em associações, escolas públicas e particulares. A gente quer que a população seja multiplicadora do monitoramento. É um compromisso muito pequeno – basta cinco minutos por semana – com um impacto muito grande. No Brasil, apenas 30% dos municípios realizam o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti). Com esse projeto, a gente espera poder realizar o acompanhamento em outros locais.”

MONITORAMENTO

No Recife, o acompanhamento das ovitrampas é realizado pela prefeitura quinzenalmente. “O aplicativo é uma forma de apoio muito grande que o cidadão pode dar ao poder público. As informações são complementares para que se possa atuar nas áreas com maiores registros de casos”, destacou a gerente de vigilância à saúde do distrito 7, onde está localizado o Morro da Conceição, Renata Guimarães.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 6.282 casos de dengue foram notificados de 31 de dezembro de 2017 a 28 de abril de 2018. No mesmo período do ano passado, foram 5.671 casos suspeitos, um aumento de 10,8%.

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