O artista pernambucano Paulo Bruscky é um dos quatro brasileiros escolhidos pela curadora francesa Christine Marcel para participar da mostra principal da Bienal de Veneza, que será inaugurada no próximo dia 13 de maio. Os outros três convidados são Erika Verzutti (SP), Ayrson Heráclito (BA) e Ernesto Neto (RJ).
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Esta 57ª edição tem como título Viva Arte Viva e ficará aberta para visitação até o dia 26 de novembro em espaços exibitórios distribuídos pela cidade italiana, entre eles o Giardini e o Arsenale. A artista Cinthia Marcelle (MG) também se fará presente, mas ocupando o pavilhão do Giardini, destinado a 85 representantes de vários países (a única brasileira neste setor). Quatro nações participam pela primeira vez do evento: Antigua e Barbuda, Kiribati, Nigéria e Casaquistão.
"Hoje, num mundo cheio de conflitos e choques, a arte é testemunha da parte mais preciosa daquilo que nos torna humanos. Arte é o último bastião para reflexão, expressão individual, liberdade e questões fundamentais", justificou Christine Marcel no site da Bienal de Veneza. "Viva Arte Viva é uma exclamação, um grito apaixonado pela arte e a condição do artista, sobre as formas que eles propõem, as questões que eles perguntam, as práticas que eles desenvolvem e o jeito que eles escolhem viver a avida", conclui Marcel.
PAULO BUSCKY
Tendo a linguagem como principal matéria-prima, Paulo Bruscky teceu ao longo das últimas décadas uma teia gigante e fértil de relações poéticas que têm a palavra, os símbolos e os meios de troca como principais elementos de criação. Essa contrução ficou evidente na mostra Arte É a Última Esperança, que foi realizada em janeiro de 2016 no Centro Cultural dos Correios, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
A relação do pernambucano com a produção artística vai muito além do campo da visualidade, construindo sentidos com coisas aparentemente banais, promovendo fricções entre elementos, objetos e, sobretudo, ideias que permeiam o cotidiano.
Na opinião do curador Antonio Sérgio Bessa, também se fazem intensamente presentes na obra de Paulo Bruscky, com maior ou menor sutileza, as tensões políticas e sociais vivenciadas no País. Apesar de uma intensa relação de troca com interlocutores dos mais diferentes cantos, a obra de Bruscky sempre foi - como destaca Bessa - profundamente ancorada em sua cidade natal, Recife, e no cenário concreto do território brasileiro.