A 17ª edição do Big Brother Brasil, na TV Globo, que termina na próxima quinta-feira (13), tendo tudo para ser, em definitivo, a pior edição de todas. Não pelo fator audiência, que vai muito bem obrigado – principalmente nesta reta final – tampouco pela (suposta) falta de Pedro Bial, que mesmo não sendo melhor que ele, Tiago Leifert cumpre bem o papel de comandar a “nave louca” neste quase três meses. O que preocupa todo mundo que ainda tem o mínimo de juízo e dedica seu tempo a acompanhar a atração é que ele já entregou quem vencerá o programa. Ou você ainda tem dúvidas que Emilly ou Marcos levarão R$ 1,5 milhão para casa? E essa barbaridade vai ocorrer pelo simples (e grave) fato que ambos tem uma torcida “muito apaixonada” nas redes sociais.
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E porque faço questão de colocar paixão entre aspas? Simples. Porque assim como vemos na casa entre a estudante e o cirurgião, não há amor entre a torcida destes jogadores. O fandom (grupo de fãs) está conseguindo a proeza de estragar toda esta edição do BBB porque eles ignoram toda e qualquer conduta irregular do participante, alegando “autenticidade” e “coragem” para subverter a ordem da casa. Pois que “amor” é esse que é capaz de ignorar todo o machismo e o relacionamento abusivo que Marcos pratica com a Emilly? Como admirar alguém que grita, belisca, intimida e constrange uma mulher, a quem diz ser sua namorada? Como chamar uma pessoa dessa de “querida” ou pior, de “big brother” desta edição?
Sim, sabemos que os participantes estão sob pressão pelo confinamento. A equipe do BBB 17 também não facilita e provoca situações de conflito, mas isso, infelizmente, é a tarefa do programa. Afinal, é o escândalo e o barraco que rendem repercussão e audiência. Também é claro que Marcos não deve ser crucificado sozinho. Com um comportamento mesquinho, egoísta, dissimulado e infantil, Emilly não fica atrás e também não merece se sagrar como campeã. Mas isso não justifica as constantes agressões diretas e indiretas que recebe daquele que ela diz ser “seu companheiro”. E ainda: não dá para elevar a gêmea ao nível de mártir e dar o prêmio máximo do programa por isso como uma forma de compensá-la pelos constantes abusos a qual ela vem sendo nitidamente exposta.
E é aí que temos outro problema. A famosa frase repetida incansavelmente nas redes sociais, “isso a Globo não mostra”, nem dá para ser aplicada desta vez. A emissora carioca tem feito questão de expor esses momentos constrangedores, quase crimes contra a mulher, em cada edição. Além disso, as redes sociais estão repletas de outros momentos que só quem tem pay-per-view poderia ver, mas que o público que acompanha também fica sabendo. Ou seja: quem apoia Emilly ou Marcos sabem tudo de errado que eles fazem na casa e ainda sim conseguem ter a audácia de defendê-los, passando por cima de toda uma ética, de respeito para com o outro e, sobretudo, de violência contra a mulher no nível mais explícito possível. Se você torce para um deles, sinto muito, não há argumentos que contradigam tudo que as câmeras captam. Salvo a família dos dois que, logicamente, tem que apoiá-los apesar dos pesares.
EMISSORA TAMBÉM ERRA
A Globo também tem errado na forma de conduzir essas situações extremas. Deixar para Emilly decidir o que fazer diante de tudo o que está acontecendo não é a melhor forma de resolver esse grave conflito. Acuar ainda mais a vítima não é ajudar. Com o poder que o programa tem, ele poderia ser mais enérgico, mas preferiu se acovardar e lavar as mãos para ver até onde isso vai chegar. O que não deixa de ser lamentável por parte da emissora.
Por fim, ver Marinalva eliminada neste domingo (9) com 77% foi a gota d'água para entender que o jogo está caminhando para o lado errado. Ela não merecia tais números. E nenhum erro que ela tenha cometido no programa supera os inúmeros equívocos graves de Marcos. Se esse público fosse de fato apaixonado pelo cirurgião, o melhor a fazer seria tirá-lo daquela superexposição, onde estamos vendo um “monstro” sendo criado. Violência verbal e psicológica é uma coisa séria. Contra a mulher é um outro agravante. E ver que existe um grupo “apaixonado” por uma pessoa assim, não é amor. É doença. O BBB 17 não merecia tê-los como campeões. Mas ao que tudo indica, a cegueira desses fandoms, infelizmente, vai falar mais alto no dia da grande final.